Crueldade
Maus-tratos a animais: Ricardo Tripoli reforça posição contrária à liberação da vaquejada
O líder do PSDB na Câmara, deputado Ricardo Tripoli (SP), subiu à tribuna nesta quarta-feira (31) para reforçar posição contrária à PEC da Vaquejada, aprovada em segundo turno na Casa. A Proposta de Emenda à Constituição 304/17 deixa de considerar cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, como a vaquejada, se forem registradas como manifestações culturais e bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro.
O tucano liberou a bancada, mas deixou clara sua opinião pessoal contra as vaquejadas. Nessa atividade, um boi é perseguido por dois vaqueiros, com o objetivo de derrubar o animal puxando sua cauda. Há relatos de maus-tratos aos bois, que chegam a perder o rabo e sofrer fraturas diversas.
Segundo o tucano, esse tipo de prática caminha para a extinção em todo o mundo. Exemplo disso é a Espanha, que está acabando com as touradas, atividade em que o touro é perfurado com lanças até a morte. “Barcelona já não permite mais a tourada. A Espanha está demonstrando avanço, e a juventude já não concorda mais com essas práticas”, declarou Tripoli.
Em outubro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou inconstitucional a vaquejada por submeter os animais a crueldade. A Ação Direta de Inconstitucionalidade, acatada por seis votos a cinco, foi proposta pelo procurador-geral da República contra a Lei 15.299/13, do estado do Ceará, que regulamenta a vaquejada como prática desportiva e cultural no estado.
O líder tucano avalia que o Congresso, ao votar a PEC, busca uma maneira de inibir a votação do Supremo. “Não tenho dúvidas de que esta matéria vai suscitar uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) com condições de prosperar. É um desrespeito ao STF, que já julgou a matéria”, alertou.
Tripoli ressalta que não vê problemas em esportes com animais, mas o caso da vaquejada envolve maus-tratos. Aprovar a liberação da atividade é ignorar a opinião da sociedade, avalia o parlamentar. “As novas gerações, nos quatro cantos do país, vão entender que essa matéria não traz alegria, mas gera sofrimento aos nossos animais”, finalizou.
(Com informações da Agência Câmara/ Foto: Alexssandro Loyola)
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