Queda de um mito político, por Rogério Marinho


Durante mais de 30 anos, o povo acostumou-se a ter o sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva como um dos protagonistas da política nacional. Atualmente, ele é um réu sendo interrogado. O líder, ex-operário, terá a oportunidade de provar sua inocência ou sucumbir aos ditames da Lei.

Na origem do PT, no final dos anos 70, reuniram-se professores, intelectuais e personalidades socialistas, guerrilheiros perdoados pela anistia, o setor sindical do ABC paulista e ramos da Igreja Católica, adeptos da Teologia da Libertação, em torno da liderança carismática de Lula e da disciplina partidária imposta pelo líder operacional e administrativo José Dirceu. Durante toda a sua história, o partido nutriu e cooptou braços operacionais como CUT, MST, MTST e diversas ongs, dominando assim o que eles chamam de sociedade civil organizada. O aparelhamento político faz parte do modus operandi do partido.

Desde o ano de sua fundação, 1980, o partido cresceu e coordenou as vozes das várias facções ideológicas do espectro esquerdista. A partir de 1982, tiveram presença no Parlamento Nacional e obtiveram inúmeras vitórias com os discursos de ética na política e luta contra a exclusão social.

Em julho de 1990, Lula e Fidel Castro, o ditador cubano já falecido, organizaram o Foro de São Paulo. Na primeira reunião, compareceram para implantar o socialismo bolivariano na América Latina 48 partidos esquerdistas e organizações, inclusive declaradamente terroristas, como as Farc. Adotaram estratégias internacionais para expandirem sua ideologia a outros países da América do Sul e Central. Chegaram à conclusão de que era fundamental ganhar eleições em vários países e agirem de forma coordenada. Em sua consolidação, ampliaram o escopo de pensamento para incorporar novas demandas internacionais da esquerda, muitas delas fabricadas artificialmente: feminismo, ideologia de gênero, questões indígenas, ecologia radical, lutas raciais, dentre outras.

Atualmente, participam dos encontros do Foro mais de cem instituições. Chegaram a ter 16 países governados por membros da organização para implantar o socialismo do século XXI, ou bolivarianismo ou ainda um regime de características cubanas.

A natureza totalitária e irresponsável do PT foi sendo revelada aos poucos. Episódios marcantes foram constatados: foram contra a Constituição de 1988, contra o Plano Real, contra a lei de responsabilidade fiscal, contra a Bolsa-Escola do governo FHC e pregavam a moratória da dívida externa. O PT pediu impeachment de todos os presidentes após os governos militares. Era parte de sua imagem de probo. Deveriam a todos denegrir com ou sem motivos reais e tangíveis.

Mas, o partido providenciou o seu abrandamento ideológico, o seu disfarce, após e durante as sucessivas derrotas em eleições presidenciais: 89, 94, 98. Ao mesmo tempo em que tentava abrandar publicamente sua imagem de partido totalitário, o PT apostava em um renascimento do socialismo em uma agenda exclusiva e parcialmente secreta do Foro de São Paulo.

Em 2002, apesar do PT ainda assustar a sociedade, com a Carta ao Povo Brasileiro, prometendo agir com racionalidade econômica e respeitar a liberdade de mercado, Lula consegue chegar ao governo federal. Foram as mãos do mago do marketing Duda Mendonça e do pragmático José Dirceu que viabilizaram a chegada ao poder. Inventaram o “Lulinha Paz e Amor”. Chegaram ao posto máximo da nação com seu exército de movimentos sociais, sindicatos, centrais sindicais, ongs, apoio nos meios universitários, na imprensa e nas Igrejas.

Em apenas 13 anos, o Partido dos Trabalhadores e seus parceiros de poder aparelharam vergonhosamente os poderes, ameaçando a independência dos mesmos e ferindo a República; ofenderam constantemente no campo e na cidade o direito de propriedade; destruíram os fundamentos macroeconômicos e levaram o País à recessão e à volta da inflação; demonizaram a modernização da economia; promoveram a irresponsabilidade fiscal e abalaram a confiança dos investidores internacionais; destruíram o sistema elétrico nacional; submeteram o povo à lógica do fisiologismo e do assistencialismo vulgar e ameaçaram sistematicamente a liberdade de expressão e opinião na imprensa e nos meios de comunicação. Produziram recordes de desemprego e desalento do povo.

Hoje, Lula é um político que conseguiu enganar gerações de brasileiros e ainda quer voltar ao poder.  Felizmente, o País está descortinando a Era Petista e com o detalhamento de seus feitos e malfeitos, o povo começará a virar essa página infeliz de nossa história.

(*) Rogério Marinho é deputado federal pelo PSDB-RN. Artigo publicado no “Novo Jornal”. (foto: Alexssandro Loyola)

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22 maio, 2017 Artigosblog Sem commentários »

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