Olavo tinha razão, por Rogério Marinho
Aprendi a admirar, desde a tenra idade, sabedoria, erudição e honestidade intelectual pelo exemplo do meu avô, Djalma Marinho. O amor pela verdade demonstrado cotidianamente marcou-me profundamente. Seu imenso apreço pelo saber e pelos livros jamais sairá da minha memória e afeição.
Meu avô proporcionou-me a capacidade de reconhecer sabedoria e sinceridade intelectual. Em 29 de abril último, o professor Olavo de Carvalho completou 70 anos e merece nossas felicitações. É admirável por ser capaz de enxergar o que ninguém mais está vendo. Revelar o que outros se empenham em esconder. Não é ao acaso que ele se transformou em inimigo preferencial da esquerda brasileira. Olavo é um demolidor da hegemonia cultural gramisciana que se instalou em nosso País.
O filósofo, ao estilo socrático, construiu uma vida frutífera ensinando, argumentando e esclarecendo pessoas. Mais do que reconhecimento, ele merece ser cada vez mais lido e ouvido por aqueles que não temem a verdade. Porém, o que mais impressiona é a sua capacidade de antecipar acontecimentos e movimentos políticos usando métodos científicos e filosóficos. Em 1994, no livro A Nova Era e a Revolução Cultural, Olavo de Carvalho dissecou com maestria a consolidação da hegemonia cultural marxista no Brasil.
Nos anos 90, nos meios de comunicação e acadêmicos, a tônica era achar que o mundo vivia o pleno neoliberalismo e que o socialismo tinha chegado ao fim. Enquanto isso, o filósofo enxergou nas entranhas da realidade a crescente e avassaladora hegemonia esquerdista: fenômeno que permitiu Luiz Inácio Lula da Silva e o PT chegarem ao poder por eleições em 2002 e se instalarem por 13 anos. Conseguiram, segundo Olavo “(…) amestrar o povo para o socialismo antes de fazer a revolução. Fazer com que todos pensassem, sentissem e agissem como membros de um Estado comunista enquanto ainda vivendo num quadro externo capitalista”.
A ciência política do professor desperta ódios e desamores dos adversários. Desde “O Imbecil Coletivo”, Olavo, sem tergiversações, demonstra o engodo dos chamados intelectuais orgânicos tupiniquins. São homens a serviço do partido e da ocupação dos espaços culturais em nossa sociedade: “como elaborar e difundir a ideologia de classe é a única tarefa intelectual que existe, uma vedete que sacuda as banhas num espetáculo de protesto pode ser bem mais intelectual do que um filósofo”.
Olavo denuncia a queda cultural brasileira para revelar a profunda crise em que vivemos. Com isso, move os maus sentimentos dos que vivem da hegemonia cultural. Eles jamais argumentam contra o filósofo, preferem espalhar difamações, mentiras e ataques pessoais ao professor.
Em 1995, no magistral “O Jardim das Aflições”, Carvalho vaticina sobre os intelectuais que ajudaram a construir a hegemonia cultural esquerdista no Brasil, levando ao desastre político e econômico em que vivemos: “os próceres da reforma intelectual brasileira querem guiar o povo sem saber quem os guia. São cegos e ingênuos no fundo de uma casca de vaidade e presunção. (…) fascinam a plateia, mas nem imaginam quem fala por sua boca. Também não sabem para onde levam quem os ouve; e assim arrastam o público para o Jardim das Delícias, sem saber que se trata, na verdade, do Jardim das Aflições”.
O Brasil de hoje é o Jardim das Aflições; herança da era petista que tanto prometeu e ainda promete o Jardim das Delícias. Parabéns professor Olavo de Carvalho, que seus ensinamentos perdurem e que tenha vida longa para continuar a nos ensinar a sinceridade e amor pela verdade e desmascarar a falsa doutrina de bem estar social de nossa esquerda caviar que leva ao arbítrio e ao desastre econômico.
Hoje passados 32 anos de nossa redemocratização, observando o cenário político de nosso País, onde a mentira e a desinformação se tornaram métodos ordinários para partidos que hegemonizam a esquerda brasileira, só me resta afirmar: Olavo tinha razão!
(*) Rogério Marinho é deputado federal pelo PSDB-RN. Artigo publicado no “Novo Jornal”. (foto: Alexssandro Loyola)
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