Esclarecimento
Não podemos tirar o foco do país e das reformas que vão melhorar a vida das pessoas, diz Bruno Araújo
O ministro das Cidades, deputado licenciado Bruno Araújo (PSDB-PE), concedeu entrevista à rádio “Jornal do Commercio” de Pernambuco nesta quarta-feira (12/04) e comentou a determinação do ministro Edson Fachin – relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF) – de abertura de inquéritos contra vários políticos, entre eles o tucano.
Bruno considerou “importante” a decisão do ministro de tornar público o teor dos depoimentos de colaboradores da empresa Odebrechet, pois assim se acaba com especulações. Informou que já teve acesso ao áudio e visual dos relatos e, diante do visto, considera que houve uma “absoluta dissociação” entre o que lhe foi imputado e o que o material revela de fato.
Reconheceu o ministro que todo esse episódio coloca o governo Michel Temer em “desconforto”, mas pode prejudicar ainda mais o país se for tirado o foco das necessárias reformas em tramitação no Congresso. “Lógico que é desconfortável, é ruim para o governo num momento em que se precisa de reformas. Mas não tira o foco só do governo, tira o foco do país porque as políticas do governo são para melhorar a vida das pessoas”, alertou.
Abaixo, íntegra da entrevista:
Foi importante o ministro Fachin ter aberto esse inquérito para acabar com as especulações. Meus advogados tiveram acesso ao áudio e ao visual de todos os depoimentos. Há uma absoluta dissociação em relação ao que me é imputado com o que a população verá em breve com dos depoimentos. É imputado a mim o fato de a empresa (Odebrechet) ter apostado lá atrás de que eu poderia ser um político com desenvoltura, com futuro, e diante do fato de a empresa ter em algum momento dificuldade de ser recebida por um parlamentar amigo meu, eu teria pedido para que ele ouvisse as alegações da empresa. A partir desse meu pedido me é imputada a caracterização de corrupção.
Os que conhecem a vida do Parlamento sabem que isso é algo inerente ao legislativo, não apenas em relação à Odebrechet, mas a grupos de comunicação, sindicatos, em relação a demandas de qualquer entidade. Espero agora que, com isso posto, cada um forme seu juízo de valor. Do ponto de vista jurídico, vou fazer as devidas apresentações e esclarecer o que ocorreu de fato ao longo do inquérito.
Isso tudo gerará uma reflexão sistêmica da política brasileira, sobre como os partidos se redesenham para o futuro. Mas enquanto país precisamos seguir caminhando e buscando as alternativas que melhorem essa relação. Espero que cada um exerça seu direito de defesa. No meu caso pessoal, espero que diante do que veio a público cada um possa formar seu nível de opinião.
Quem tem vergonha na cara tem que ter constrangimento com uma situação como essa. Do ponto de vista pessoal essa situação me constrange. Como as redes sociais hoje democratizam a informação, logo que esses depoimentos estejam postos e cada um possa ter acesso que tire suas conclusões em relação a minha pessoa. Há 16 anos eu fui oposição firme ao governo do PT. Onde é que eu poderia viabilizar eventuais obras no governo para a Odebrechet? Essa é uma história que não fecha, que não tem cabimento. Lógico que é desconfortável, é ruim para o governo num momento em que se precisa de reformas, mas não tira o foco só do governo, tira o foco do país porque as políticas do governo são para melhorar a vida das pessoas.
(Do PSDB-PE)
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