Grande potencial
Indústria química tem papel essencial na recuperação da economia, avalia Papa
Presidida pelo deputado João Paulo Papa (SP), a Frente Parlamentar da Química tem sido bastante atuante e buscado viabilizar a implementação de políticas públicas que colaborem para a competitividade da cadeia produtiva do setor Químico, Petroquímico e Plástico do Brasil. O tucano avalia que a indústria química tem importante papel na recuperação econômica do país e na geração de empregos, no momento em que o Brasil bate recorde de desempregados.
O setor é responsável atualmente por cerca de 400 mil empregos diretos no país. Somados aos serviços indiretos, são cerca de 2 milhões de brasileiros que tiram seu sustento da cadeia produtiva do setor químico no Brasil. Papa avalia que o potencial é muito maior e tende a ser aproveitado conforme os entraves existentes forem sendo superados. O diferencial da área está nas altas remunerações. Segundo o deputado, a média salarial do setor químico é o dobro da média dos demais setores da indústria de transformação.
“É uma indústria importante, que está presente em todos os segmentos e pode ter um potencial muito importante para alavancar não apenas mais empregos, novos investimentos, mas também mais exportação. Por isso é tão importante termos uma frente parlamentar organizada, com representantes de vários partidos políticos e de vários estados”, explica o deputado, ao lembrar que o Brasil está entre as dez maiores potências do setor.
A Frente tem como finalidade acompanhar a tramitação e propor matérias no âmbito da Câmara dos Deputados e Senado Federal, que visem à implementação e aprimoramento de políticas públicas que possam contribuir com a expansão e a consolidação da competitividade da cadeia produtiva do setor químico, petroquímico e de plástico do Brasil.
Na semana passada, o colegiado realizou uma série de reuniões em Brasília. Os parlamentares visitaram os ministérios de Minas e Energia e de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Um dos objetivos é a criação de um grupo técnico no MDIC que possa entender quais são as demandas do setor e possa organizar os diversos ministérios na busca por uma agenda da competitividade.
Papa avalia que o desenvolvimento nacional passa necessariamente pelo setor químico. Atualmente, o setor tem um faturamento líquido anual de mais de US$ 113 bilhões, o que significa o 3º maior PIB entre os segmentos industriais (mais de 10% de toda produção industrial) e cerca de 2,5% de todo o PIB brasileiro. “É um setor que tem muito o que crescer e temos todas as condições no país para alavancar o setor: O Brasil tem demanda interna, matéria prima em abundância, boas plantas – praticamente todas as grandes empresas têm sede no Brasil”.
O setor enfrentou queda no último ano devido à baixa competitividade e houve fechamento de plantas. “Mas a química é a indústria de base para todas os demais setores industriais. Ela está presente em toda a cadeia produtiva industrial. É preciso balançar o setor para que ele alcance seu potencial de crescimento e geração de emprego”, avalia.
ENTRAVES
Entre os entraves atuais para o setor, Papa cita os altos custos de energia no Brasil, o que tem influenciado muito na questão da competitividade. O país também não prioriza o gás natural para a matéria-prima, realizando a queima com a presença de muitos componentes que poderiam ser extraídos antes para produção de energia). Outro ponto é a questão logística, especialmente na área de cabotagem.
Segundo Papa, há ainda muito a se fazer em termos de burocracia. As dificuldades para a obtenção de licenças para produtos químicos é um outro problema para o setor.
MATERIAS NO CONGRESSO
No Congresso Nacional, a Frente Parlamentar tem o importante papel de manter deputados e senadores cientes da agenda do setor e mantê-los preparados para a tomada de decisões. Como exemplo, o tucano cita o regime próprio de tributação, que tem prazo de validade e precisará ser revisto pelo Congresso.
“Outra questão trata da isonomia competitiva para novas produções. Ou seja, nós precisamos estabelecer uma legislação que permita à indústria química brasileira ser competitiva em comparação a produtos importados. Isso passa também por determinados dispositivos tributários.
Uma série de assuntos passarão pela Câmara e pelo Senado. “Por isso a importância da Frente Parlamentar, para que esteja bem inteirada e prepare os parlamentares para tomarem decisões e, assim, possamos buscar caminhos para impulsionar a área química, tão importante para a retomada do crescimento econômico”, finalizou o deputado.
(Reportagem: Djan Moreno)
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