Tributação perversa

Inflação alta pode agravar problemas sociais no Brasil, avalia Vellozo Lucas

A inflação é o pior dos tributos. Foi desta maneira que o deputado Luiz Paulo Vellozo Lucas (ES) classificou nesta segunda-feira (17)  a alta de preços no Brasil.  Segundo reportagem do jornal “Folha de S. Paulo”, o país tem a maior taxa na América Latina e depois de 17 anos de estabilidade econômica o problema ainda é uma “carga pesada” para o país.

Para o tucano, o governo Dilma precisa reduzir os custos da administração federal, pois a  inflação atinge com maior intensidade os trabalhadores assalariados. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o ano passado com alta de 5,91%. Foi a maior variação anual desde 2004, quando o índice subiu 7,6%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A inflação em 2010 foi puxada pelo aumento nos preços dos alimentos, que ficaram 10,39% mais caros.

“Estamos vivendo em uma encruzilhada. Ou o governo assume a responsabilidade de lidar com a redução do custo Brasil, que  permite criar condições para redução da taxa de juros e da carga tributária, ou vai deixar a responsabilidade para o Banco Central. O BC só tem uma arma: o aumento dos juros, que controla a inflação no curto prazo mas agrava os problemas estruturais de médio e longo prazos”, avaliou.

Segundo Vellozo Lucas, o aumento de preços gerados por uma inflação alta também pode ampliar os problemas sociais do país. A  “Folha” informa ainda que o Brasil foi o primeiro a ter que subir juros para conter reajustes de preços em razão da retomada do crescimento em 2010.

“Ela incide sobre aquele que não tem condição de se proteger por meio de aplicações financeiras. A maioria do povo não tem conta em banco e não consegue fugir da desvalorização da moeda. Essa é a forma mais perversa de tributar os mais pobres e de aprofundar as injustiças sociais”, destacou. 

(Reportagem: Artur Filho/ Foto: Eduardo Lacerda/Áudio: Elyvio Blower)

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