Doença de risco
Tucanos defendem esforço de prevenção para conter surto de febre amarela nos estados
O Ministério da Saúde confirmou na quarta-feira (18) a morte de oito pessoas em decorrência da febre amarela em Minas Gerais. Ao todo, 53 mortes registradas no leste mineiro são investigadas por suposta relação com a doença. Deputados do PSDB chamaram atenção para a necessidade de uma mobilização nacional contra a doença. Os tucanos criticaram a omissão do governo anterior, que menosprezou a possibilidade de um novo surto.
O deputado Caio Narcio (MG) acredita que é preciso alertar a população em todo país sobre a necessidade de cuidados de prevenção contra a doença, sobretudo a vacinação. Além disso, ele destaca que as autoridades precisam reunir esforços para impedir o alastramento da doença. A febre amarela é transmitida por meio da picada de mosquitos infetados, inclusive o Aedes aegypti (forma urbana da doença).
“Essa movimentação precisa ser feita de maneira enérgica e rápida, com uma atuação do governo federal, dos estados e dos municípios. A sociedade tem papel importante. Muito se acreditou que a doença estava extinta, mas a verdade é que ela está aí fazendo novas vítimas, o que é uma tristeza”, apontou o tucano nesta quinta-feira (19).
Nas 19 unidades da federação identificadas como área de risco (total ou parcialmente), o Ministério da Saúde diz ter aumentado os estoques de vacina com mais 650 mil unidades.
“Acredito muito nas medidas preventivas e, se elas tivessem sido tomadas antes, esse tipo de situação poderia ter sido evitada. Diante dos erros do passado, o principal agora é investir o quanto antes para impedir o alastramento da doença, que, além de tirar vidas, mexe com a economia, pois afasta turistas, prejudica o comércio. É preciso realmente intensificar as campanhas de informação e de vacinação”, alertou.
Na avaliação do deputado Paulo Abi-Ackel (MG), o surto de febre amarela é mais uma herança das más administrações petistas. Ele afirma que o governo da ex-presidente Dilma foi alertado no final de 2015 sobre a possível volta da febre amarela, “pois o governo do PT, além de não cuidar da economia, também estava inoperante em relação à saúde pública”.
Apesar do alerta, o tucano afirma que nada foi feito. “Nenhuma campanha de vacinação, como ocorrido no governo Fernando Henrique, em 2001, com o Plano de Intensificação das Ações de Prevenção e Controle da Febre Amarela”.
Até a tarde de quarta-feira, O Ministério da Saúde listava 206 casos suspeitos da doença em 29 cidades do leste mineiro. Destes pacientes, 53 pessoas morreram – incluindo as oito com relação comprovada com a doença.
Reportagem do G1 mostra que, além do surto registrado em Minas Gerais, as equipes de saúde também acompanham seis casos suspeitos em quatro municípios do Espírito Santo. Por causa desses registros, os estados receberam 1,6 milhão e 500 mil doses extras da vacina, respectivamente.
Historicamente, 18 estados e o Distrito Federal já são considerados “área de risco”, mas a lista não inclui o Espírito Santo. Segundo o ministério, o estado continua fora desse mapa, mas receberá reforço pontual na imunização.
O mesmo deve acontecer em 14 cidades do Rio de Janeiro que estão próximos à região do surto em Minas Gerais. Haverá reforço de vacinação nestas cidades, mas o estado segue sem trechos incluídos na área de risco. Apenas oito estados estão fora da lista: Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Espírito Santo e Rio de Janeiro.
Se uma cidade ou região é considerada “área de risco”, isso significa que todos os moradores e turistas que passarem por aquele local precisam estar com a vacinação em dia. A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera que apenas uma dose de vacina é suficiente para a vida inteira, mas o protocolo nacional prevê duas doses, com intervalo máximo de 10 anos.
Se a caderneta infantil for seguida à risca, a primeira dose deve ser administrada aos 9 meses de vida, e a segunda, até 4 anos completos. Se faltar uma dessas doses, é preciso completar a vacinação.
(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola)
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