Planejamento
Em audiência com ministro da Justiça, Izalci cobra valorização de policiais
A federalização da segurança pública no Distrito Federal foi o tema do debate com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados. O deputado Izalci (DF) fez um breve relato sobre os equívocos que provocaram a situação de grande disparidade entre a remuneração da Polícia Civil e Polícia Federal. Ele reiterou o reajuste salarial concedido aos policiais federais recentemente e a falta de apoio para que seja concedido reajuste aos policiais civis. “Precisamos buscar esse entendimento”, disse.
Criado para abrigar uma capital com cerca de 500 mil habitantes, o Distrito Federal cresceu e hoje, somada a população das cidades do entorno, o DF tem 6 milhões de habitantes. “O DF conquistou autonomia política, mas embora seja a terceira maior cidade do país, não se preocupou em promover o desenvolvimento econômico”.
O resultado, segundo ele, é o sucateamento da Polícia Civil e um caos na cidade por causa da má gestão do governo do DF. Ele cita como exemplo o longo tempo de mobilização e greve da Policia Civil pela contratação de agentes e aumento salarial.
Segundo o ministro da Justiça, a questão é complexa e deve ser debatida com cautela. “O modelo envelheceu e precisamos rever”, disse ele, ao apresentar pontos do Plano Nacional de Segurança Pública, que em breve será apresentado pelo governo Temer.
O ministro ressaltou que desde maio tem ouvido segmentos ligados ao setor de segurança pública para integrar ações dentro do que seria um novo modelo de gestão. “Conversamos com secretários, procuradores, representantes do Conselho Nacional de Justiça, chefes de polícia, comandantes gerais da PM, guardas metropolitanos, para que se aponte um plano nacional de segurança operacional e prático”.
Ele citou o modelo bem-sucedido de ações coordenadas e integradas na segurança durante as Olimpíadas do Rio de Janeiro. “Queremos um plano operacional, prático e efetivo. A integração da segurança pública é absoluta prioridade do governo Temer”, disse o ministro.
Segundo Moraes, o plano terá os seguintes focos principais: prevenção e repressão ao homicídio, a fim de reduzir as estatísticas que hoje registram 58 mil mortes violentas por ano; ação nas fronteiras contra tráficos (de armas, de drogas etc.) e contrabando; e racionalização do sistema penitenciário, para reverter o quadro atual em que o Brasil “prende muito e prende mal, culpa de uma mentalidade cultural que se refletiu na mentalidade legal brasileira”.
O outro enfoque é a racionalização de recursos e o uso da inteligência para ganhar condições de vencer o crime organizado, que uniu forças e avança Brasil adentro. “O Brasil deixou de ser corredor de transporte de drogas para se tornar um centro consumidor. A violência cresceu em níveis alarmantes e precisamos nos contrapor a isso”, disse o ministro.
Outra proposta é transformar a Força Nacional numa espécie de guarda nacional, a exemplo do que existe nos Estados Unidos da América.
(Reportagem: Ana Maria Mejia/ Foto: Alexssandro Loyola)
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