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Deputado vê com otimismo processo de recuperação da Petrobras após perdas bilionárias
Os desvios bilionários sofridos pela Petrobras com o esquema de corrupção desvendado pela Operação Lava Jato causaram prejuízo financeiro e minaram a confiança de investidores. No sentido de mudar esse cenário, a companhia atua para evitar novos desvios e reerguer-se, reconquistando a credibilidade. O deputado Paulo Abi-Ackel (MG) observa que a gestão de Pedro Parente à frente da estatal tem conseguido atuar nesse sentido com a adoção de medidas que focam na lisura de contratos e no saneamento das contas.
ESTATAL FOI VÍTIMA DE GANGUE
Auditorias recentes internas da Petrobras estimam que só o grupo Odebrecht participou do desvio de pelo menos R$ 7 bilhões. O volume de dinheiro desviado por apenas uma empreiteira mostra como a maior estatal do país foi vítima de uma “gangue”, como afirmou o executivo em evento que participa nesta semana no exterior.
No evento, organizado pelo Bradesco, em Nova York, Parente disse a investidores que a companhia precisou mudar para ter a confiança de investidores restabelecida. Nada menos que cinco comitês avaliam fornecedores antes de fechar um contrato, e todas as empresas passam por uma avaliação de antecedentes.
Para Abi-Ackel, já é possível perceber que a Petrobras voltou a ter uma administração independente, sem filiação partidária e sem ocupação de cargos por meio de indicações políticas que levavam “aos péssimos hábitos e práticas criminosas do PT, que tomou de assalto a companhia”.
O deputado acredita que, mesmo depois de passar por muita ingerência e corrupção, a companhia tem tudo para se erguer, pois possui enorme potencial. “O que faltava era gestão. Os presidentes anteriores não tinham conhecimento profundo do setor. Agora, com um homem da capacidade de Pedro Parente, com diretores técnicos e qualificados, e principalmente, com uma nova mentalidade que reorganizou as práticas internas e o combate à corrupção, é claro que a Petrobras volta a respirar. E em um curto espaço de tempo, vai voltar a ser o orgulho dos brasileiros”, avalia o tucano.
O exemplo da Odebrecht é crucial para entender o quanto a estatal foi assaltada por aqueles que ocupavam cargos importantes, mas agiam em conluio para beneficiar o projeto de poder petista. Os cerca de R$ 7 bilhões desviados por meio dos contratos com o grupo incluem todo um passivo que teria sido criado com superfaturamentos aplicados em contratos de construção de unidades operacionais, de fornecimento de equipamentos, como sondas, e de prestação de serviços, como exploração de petróleo, e que ajudaram a cobrir o pagamento de propinas no esquema de corrupção que envolveu executivos da Petrobras e políticos.
O valor não foi divulgado oficialmente nem informado à própria Odebrecht porque a estatal aguarda o resultado das mais de 70 delações de executivos do grupo. Acredita-se que novos detalhes poderão elevar essa estimativa inicial e aumentar a indenização que a Petrobras vai pleitear.
A lista de negócios do grupo Odebrecht com a Petrobras é extensa. Os mais lembrados são as obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e do Comperj, o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro. Mas os laços entre o grupo empresarial e a estatal são muitos e diversos.
Apesar das importantes medidas já adotadas sob o comando de Pedro Parente, Abi-Ackel avalia que ainda há muito a se fazer. “Ainda não houve tempo suficiente para desaparelhar a Petrobras. Percebemos nitidamente que não chegamos sequer à metade do caminho. Há forte influência dos funcionários que ingressaram nos quadros da empresa porque tinham a carteirinha do PT. Ainda demanda um tempo para que a empresa se liberte de vez dessas amarras em todos os escalões. Mas estamos confiantes na recuperação da empresa e que ela voltará a ser orgulho de todos”, completou.
(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)
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