Democracia


Deputados analisam vitória de Donald Trump nos Estados Unidos e esperam moderação

A vitória do republicano Donald Trump nas eleições norte-americanas repercutiu entre os deputados do PSDB, que veem com cautela o resultado. Os tucanos apontaram os exageros da campanha e defenderam moderação e diálogo na condução da maior potência mundial. Como lembraram, a condução do governo dos Estados Unidos tem reflexos globais, e decisões equivocadas podem afetar todas as nações.

Trump alcançou o número de 276 delegados, mais que os 270 necessários para vencer a disputa contra a democrata Hillary Clinton. Em diversas partes do mundo, um certo sentimento de incerteza pairava sobre a possível vitória do republicano devido a promessas polêmicas feitas durante a disputa. Mas logo após a divulgação do resultado, o presidente eleito defendeu a união do país, ao afirmar que será presidente para “todos os americanos”.

MODERAÇÃO

O presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara (CREDN), deputado Pedro Vilela (AL), acompanhou a votação em Washington. Com a confirmação da vitória de Trump, o tucano defendeu que ele seja um presidente mais moderado do que foi como candidato e “que as instituições americanas possam segurar alguns de seus ímpetos”. Sobre o impacto para o Brasil, o parlamentar considera importante aguardar os primeiros atos do presidente eleito e a formação da equipe.

“Como observador convidado, pude acompanhar umas das mais emocionantes, acirradas e imprevisíveis eleições da história dos Estados Unidos. Espero que o presidente eleito possa fazer um governo conciliador, servente a todo o povo americano e aberto a todo o planeta”, defendeu Vilela.

Depois dos chineses, os americanos são os principais parceiros comerciais do Brasil. “Trata-se de um importante parceiro na economia e nas relações diplomáticas. Por isso, enquanto parlamentar e presidente da CREDN, meus esforços serão sempre no sentido de estreitar essa parceria. Isso implica também em não abrir mão de cobrar do novo governo americano uma postura respeitosa dos direitos humanos, acompanhando com especial atenção a sensível questão da imigração, que afeta milhares de brasileiros”, garantiu o deputado alagoano.

Em sua campanha, Trump fez declarações polêmicas, ameaçando deportar 11 milhões de imigrantes ilegais. Sua promessa de construir um muro na fronteira com o México gerou revolta entre parte da comunidade hispânica no país. O então candidato também propôs renegociar os acordos comerciais firmados pelos EUA para preservar empregos no país e reduzir o déficit americano nas transações com o resto do mundo, o que poderia prejudicar o Brasil.

DIÁLOGO PELA PAZ

Apesar de toda a polêmica em torno das ideias do republicano, o 1º vice-presidente da CREDN, deputado Luiz Carlos Hauly (PR), acredita que não acontecerá algo de “muito extraordinário” com Donald Trump presidente dos Estados Unidos. O parlamentar afirma que Trump perceberá que, para governar na democracia, é preciso bom senso, diálogo e parcerias com os mais diversos segmentos.

Mesmo com certa preocupação, Hauly defende que o diálogo pela paz possa prevalecer. Seu maior temor é em relação às medidas que possam ser tomadas em relação aos países e imigrantes latinos. “Acredito nas instituições e que ele não coloque em prática algumas das promessas que fez, como a construção do muro com o México. Rogo a Deus que abençoe e ilumine Trump, pois os EUA e o mundo precisam de líderes que governam para a paz, sobretudo respeitando o próximo”.

Outros parlamentares do PSDB comentaram o resultado da eleição americana em suas redes sociais. Pelo Twitter, a deputada Geovania de Sá (SC) chamou a atenção para o resultado, que contrariou a maioria das pesquisas. Ela afirmou que a vitória de Trump, apesar de deixar a mídia e os mercados perplexos, representa uma resposta do povo americano. Para ela, trata-se de um momento de reflexão.

"Como observador convidado, pude acompanhar umas das mais emocionantes, acirradas e imprevisíveis eleições da história dos EUA. Espero que o presidente eleito possa fazer um governo conciliador", disse o deputado Pedro Vilela, presidente da Comissão de Relações Exteriores.

“Como observador convidado, pude acompanhar umas das mais emocionantes, acirradas e imprevisíveis eleições da história dos EUA. Espero que o presidente eleito possa fazer um governo conciliador”, disse o deputado Pedro Vilela, presidente da Comissão de Relações Exteriores.

Já o deputado Fábio Sousa (GO) afirma que o resultado é uma demonstração do quanto a democracia é capaz de surpreender. “O mundo aprendeu que nunca deve desprezar a democracia, ela pode te surpreender. E principalmente, existe uma diferença grande entre opinião pública e opinião publicada”, afirmou.

NOTA DO PLANALTO

Em comunicado, o presidente Michel Temer saudou o presidente eleito pela vitória e defendeu que sejam estreitados os laços entre as duas nações. “O Brasil e os Estados Unidos são duas grandes democracias que compartilham valores e mantêm, historicamente, fortes relações nos mais diferentes domínios. Estou certo de que trabalharemos, juntos, para estreitar ainda mais os laços de amizade e cooperação que unem nossos povos. Desejo-lhe pleno êxito no Governo dos Estados Unidos”, diz o texto.

Comandado pelo chanceler José Serra, o Ministério das Relações Exteriores divulgou na tarde desta quarta um comunicado à imprensa.”Vemos positivamente a mensagem de superação das divisões nacionais e busca de relacionamento construtivo com todos os países, emitida pelo presidente eleito em seu discurso de aceitação.O Brasil buscará manter os laços, antigos e profícuos, com os Estados Unidos, em benefício dos nossos dois povos”, diz trecho do documento (leia a íntegra). 

 (Reportagem: Djan Moreno/fotos: Alexssandro Loyola e divulgação)

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9 novembro, 2016 Últimas notícias Sem commentários »

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