Homenagem
Parlamentares lembram desafio de garantir saúde de qualidade aos brasileiros em sessão solene do CFM
O desafio de garantir o direito de acesso da população à saúde marcou a sessão solene celebrada pela Câmara dos Deputados para homenagear os 65 anos de fundação do Conselho Federal de Medicina (CFM). “Há dez anos a União custeava metade da saúde. Hoje, cobre 43%, aumentando a responsabilidade de Estados e Municípios”, afirmou o ministro da Saúde, Ricardo Barros, que prestigiou a solenidade e fez um balanço dos primeiros 100 dias de gestão.
Barros fez questão de informar que para o próximo ano, o orçamento da Saúde já tem R$ 1 bilhão a mais. “Existe um piso para a saúde e educação – mas o teto é o Congresso Nacional quem determina”, reafirmou contestando as críticas de que a aprovação da PEC 241 reduzirão a verba para educação e saúde, principalmente.
O presidente da Federação Nacional dos Médicos, Otto Batista, diz que essa comemoração é uma demonstração de força, equilíbrio e união. “A classe médica teve parcela importantíssima de fazer essa grande mudança em favor da Saúde”, disse ele, reiterando a participação de entidades médicas na busca da dignidade e recursos para a saúde brasileira.
“Somos o partido das entidades brasileiras que busca a dignidade para o atendimento a essa população tão sofrida e para o próprio médico que enfrenta adversidades ao atender nessas unidades de saúde”, disse.
Já o presidente do Conselho Federal de Medicina, Valdir Cardoso, destacou a importância da participação dos 27 Conselhos Regionais de Medicina na conquista de melhorias e valorização profissional.
O deputado Domingos Sávio (MG) destacou a importância da luta pela saúde pública de qualidade e o desafio de ser médico. Em discurso, ele lembrou o ex-presidente Juscelino Kubitschek (1902-1976), que conciliou duas grandes missões: salvar vidas, cuidar das pessoas e cuidar do interesse público, com seriedade e honestidade.
O parlamentar tucano também afirmou que a PEC 241, aprovada em segundo turno pelo plenário da Câmara na noite de quarta-feira (26), não tira “nenhum centavo da saúde”. Segundo ele, ao contrário, essa emenda reorganiza as contas públicas e permitirá ao Congresso dar prioridade à saúde. “O piso continua obrigatório, mas podemos aumentar além do piso, economizando em outras áreas”, reiterou.
Domingos Sávio elogiou a gestão de Ricardo Barros, que em 100 dias conseguiu reverter o quadro de crise que ameaçava fechar as portas do Hospital São João de Deus, em Divinópolis (MG). Além de liberar R$ 4 milhões para o hospital, o Ministério da Saúde também credenciou Unidades de Pronto Atendimento (Upas) que já estavam funcionando sem a contrapartida financeira da União.
Já o deputado Luiz Carlos Hauly (PR) destacou os 33 anos do Sistema Único de Saúde (SUS), um programa abrangente que atende 150 milhões de pessoas no Brasil. “Até aqui chegamos. Mas o SUS se mostra insuficiente para atender dignamente a três quartos da população. O que fazer? ”, questionou o deputado. Ele desafiou o CFM a buscar respostas sobre novas formas de financiar a Saúde, juntamente com os congressistas e representantes do Executivo.
(Reportagem: Ana Maria Mejia/ Foto: Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados)
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