Gangue armada
Mara Gabrilli rebate elogios de petistas a Lula lembrando esquema de extorsão em Santo André
A deputada Mara Gabrilli (SP) rebateu, nesta semana, pronunciamentos de deputados petistas que ocuparam a tribuna da Câmara para fazer elogios a Lula. “Lembro a eles que esse mesmo ex-presidente Lula, que disseram tanto ter lutado pelo povo, é o mesmo que mandou extorquir empresários na cidade de Santo André, inclusive o meu pai, com uma gangue armada, durante anos, a fim de pegar dinheiro para a sua campanha eleitoral”, rechaçou.
Mara lembrou que procurou Lula quando ele estava na Presidência para pedir que ajudasse o município e ele “fingiu desconhecer tudo o que acontecia naquela localidade”. Ela afirmou que o resultado desse esquema de corrupção foi o brutal assassinato do então prefeito Celso Daniel. “Ele foi brutalmente torturado e assassinado porque queriam obter informações”, lembrou.
“Mesmo que tenha sido considerado crime comum, foi crime encomendado. No livro tem inclusive as falas dos bandidos executores do crime. Infelizmente, o Sombra, mandante do crime, morreu. Mas ninguém pode se esquecer de que alguém acima da quadrilha mandava extorquir, mandava matar”, alertou a tucana.
O livro ao qual ela se referia é “Política, Corrupção e Morte no Coração do PT”, de Silvio Navarro, lançado esta semana. Ela sugeriu aos defensores de Lula que lessem a obra, que trata do assassinato de Celso Daniel e toda a trama que foi feita anteriormente. Editor do site de Veja, Navarro reconstitui o caso e ajuda a entender o enigma em todas as suas nuances.
No livro, o jornalista transcreve escutas inéditas feitas pela Polícia Federal e que a Justiça mandou destruir. Gilberto Carvalho aparece numa delas orientando a namorada de Celso a seguir orientações de José Dirceu. Em outra, dois secretários da administração de Daniel combinam a entrega de propina dentro da Prefeitura de Santo André.
Resenha publicada pela Veja desta semana destaca a precisão e a imparcialidade do relato, fruto de ampla pesquisa. A obra tem o mérito de revelar detalhes inéditos do crime ocorrido há quase quinze anos. Navarro assegura que havia um terceiro carro na noite do assassinato, e não apenas dois; e que os sequestradores eram oito, e não seis.
Mara Gabrilli ressaltou que, durante anos, seu pai teve que entregar dinheiro para um secretário municipal do então prefeito Celso Daniel. “Não venham com essa historinha de que o Lula veio para defender o povo, porque ele acabou com o transporte na cidade de Santo André; acabou com a vida da minha família e de muitas outras”, lamentou.
Na avaliação da deputada, essa prática de extorsão cresceu, virou mensalão e petrolão. “Isso não pode continuar acontecendo. Não me venham com esse ‘nhenhenhém’ de que o Lula é um bom rapaz. Ele não está pensando no povo brasileiro. Está pensando em si e em sua corja. Por isso, atenção ao falar das pessoas, porque podem estar cometendo um grande erro”, concluiu.
(Reportagem: Elayne Ferraz/ Foto: Alexssandro Loyola)
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