Fato esperado
Prisão de Cunha é mais um passo da Lava Jato e agora cabe à Justiça decisão final, diz líder
Para o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), a prisão do ex-deputado Eduardo Cunha já era de certa forma esperada, dada a quantidade de denúncias e da gravidade dos fatos a ele atribuídos. “É mais um passo da Operação Lava Jato e cabe agora à Justiça, no vigor do regime democrático de Direito, realizar o julgamento final”, declarou nesta quarta-feira (19). Em 12 de setembro, com apoio integral da bancada do PSDB, o plenário da Câmara havia aprovado, por 450 votos a favor e 10 contrários, a cassação do mandato de Cunha por quebra de decoro parlamentar.
Entre os argumentos utilizados pelo juiz Sérgio Moro para justificar o pedido de prisão de Cunha, a força-tarefa de procuradores da Lava Jato afirmou que a liberdade do ex-deputado representava risco às investigações.
Segundo a acusação, “há evidências” de que existem contas pertencentes a Cunha no exterior que ainda não foram identificadas, fato que coloca em risco as investigações. Além disso, os procuradores ressaltaram que Cunha tem dupla nacionalidade (brasileira e italiana) e pode fugir do país.
“Enquanto não houver rastreamento completo do dinheiro e a total identificação de sua localização atual, há risco de dissipação do produto do crime, o que inviabilizará a sua recuperação. Enquanto não for afastado o risco de dissipação do produto do crime, presente igualmente um risco maior de fuga ao exterior, uma vez que o acusado poderia se valer de recursos ilícitos ali mantidos para facilitar fuga e refúgio no exterior”, disse Moro na decisão.
A prisão foi decretada na ação penal em que o deputado cassado é acusado de receber R$ 5 milhões, que foram depositados em contas não declaradas na Suíça.
NARRATIVA DA PERSEGUIÇÃO CAI POR TERRA
Vice-líder do PSDB na Câmara, o deputado Betinho Gomes (PE) disse que a prisão que questão de justiça “não é de direita e nem de esquerda” e derruba tese do PT de perseguição política contra os petistas. “Esta decisão do juiz Sérgio Moro põe por terra a narrativa do PT de que havia uma perseguição ao partido. A justiça não é de direita, nem de esquerda. Ela é a justiça, até porque investiga membros de diversos partidos”, disse o tucano.
Betinho integrou o Conselho de Ética da Câmara, que recomendou a cassação de Eduardo Cunha. “Esta prisão, a partir de denúncias concretas, mostra que estávamos certos ao pedir a cassação do peemedebista”, acrescentou.
(Da redação, com Agência Brasil/foto: Alexssandro Loyola)
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