Sem argumentos
Para deputados, desculpas do PT para justificar derrota nas urnas não têm fundamento
Deputados do PSDB criticaram as desculpas dadas pelo PT para justificar a forte derrota do partido de Lula e Dilma nas eleições municipais. Na última quinta, após reunião de sua Executiva, a legenda divulgou uma resolução a respeito do assunto. Colocando em segundo plano seus próprios erros, o petistas atribuem a derrocada à mídia, à Operação Lava Jato e até mesmo ao ajuste fiscal do governo que sofreu impeachment. Para tucanos, as explicações não condizem com a realidade vivida no país.
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“Na verdade, o PT deveria fazer uma autocritica de seus problemas, da condução política que eles passaram a ter à frente do governo e o resultado dessa ação. O Partido dos Trabalhadores se perdeu quando passou a se lambuzar no poder ,cometendo atos equivocados”, afirmou o deputado Betinho Gomes (PE) nesta sexta-feira (7).
Para o parlamentar, a postura dos petistas de negar os próprios erros acaba confirmando que o partido não está nem um pouco interessado em fazer autocrítica. O deputado aponta que nesse momento é preciso que o PSDB olhe para frente, apoiando decisões, as vezes duras mas importantes, para libertar a população brasileira da crise econômica, o legado mais perverso do PT.
NADA DE AUTOCRÍTICA
“Fomos os grandes vitoriosos nessas eleições. Precisamos agora de recuperar o Brasil e tirar o país da crise. Esse é o foco central nesse momento, e temos que fazer o mais urgente. Enquanto isso, o PT cada vez mais vai pagando a conta de seus erros. Como não desejam fazer autocrítica, vão continuar por muito tempo sendo punidos pela população brasileira”, apontou.
Os petistas alegam também que são vítimas de perseguição, e uma suposta escalada antipetista da Lava Jato teria gerado ofensivas fraudulentas, mas de ampla repercussão, contra o ex-presidente Lula e ex-ministros petistas às vésperas das eleições.
Na visão do deputado Miguel Haddad (SP), as justificativas dadas pelo PT para o fracasso nas urnas não encontram nenhum reflexo com o que, de fato, acontece no país. Para ele, o PT é o único responsável pelo mau resultado de seus candidatos no primeiro turno das eleições.
“A culpa é exclusivamente do PT. O único responsável por esse resultado e pelo descrédito hoje da política como um todo, pela grande maioria dos brasileiros, é o PT”, destacou o tucano. Para Haddad, não existe nenhum sentido em culpar a Lava Jato ou a economia pelo fracasso petista, uma vez que o PT foi o maior responsável por ambas as situações.
“O Brasil se encontra nesse grave quadro econômico em função de uma gestão irresponsável sob o aspecto fiscal e orçamentário. Foi uma atuação inconsequente e que nos trouxe a esse quadro gravíssimo. A Operação Lava Jato é consequência do uma organização criminosa que foi implantada pelo PT dentro do governo”, argumentou.
Segundo reportagem do jornal “O Globo”, durante a reunião da cúpula petista, o deputado federal Reginaldo Lopes (MG), secretário Nacional de Assuntos Institucionais do PT, chegou a afirmar que seu partido poderia analisar a possibilidade de alterações na marca do partido, sugerindo mudanças na estrela vermelha, no número 13 e até mesmo no nome da legenda como forma de tentar superar a rejeição popular. Para Miguel Haddad, tais medidas não surtiriam efeitos práticos, já que a essência petista seguiria intacta, mesmo com tamanhas mudanças.
“Você muda a roupa, mas a essência é a mesma, porque o DNA é um só. Isso é uma tentativa de induzir o eleitor a erro. Você muda a roupagem, muda a cor, muda a estrela, muda o número, e acha que você tem um novo partido. Mas não é isso que ocorre”, avisou Haddad.
Nesta sexta, nota pulicada na coluna “Diário do Poder” confirma as movimentações de petistas para mudar o partido. “Após o fracasso eleitoral do dia 2, ganhou força no PT a proposta de mudança de nome e de sigla, para evitar a debandada de militantes do partido devastado pela corrupção. O ex-presidente Lula e dirigentes petistas se assustaram com o resultado das urnas, mostrando que o PT encolheu 63%, e agora avaliam a necessidade de ‘mudar para sobreviver’, antes que a eleição de 2018 decrete a extinção do partido”, diz o texto.
(Reportagem: Elayne Ferraz/fotos: Alexssandro Loyola)
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