Haja propina!
Organização criminosa se formou para manter projeto petista de poder, diz Miguel Haddad
Ao avaliar a mais recente fase da Operação Lava Jato, que levou para a cadeia o ex-ministro Antonio Palocci, o deputado Miguel Haddad (SP) alertou para a montagem de um esquema criminoso com o único objetivo de manter o projeto de poder do PT.
“Ficou muito claro que essa é uma organização criminosa que tinha o intuito de permanecer no poder por muito tempo, com um projeto movido a propina, que abastecia e alimentava todo esse esquema de manutenção do poder, além do enriquecimento dos políticos e dos agentes políticos, inclusive de dirigentes do PT”, constatou.
Ainda de acordo com Haddad, a grande verdade é que, ao longo de 13 anos, o PT utilizou o Estado como uma máquina partidária. “A legenda aliciou uma série de políticos, transformou as obras públicas em um canal de corrupção, de alimentação ao partido e aos seus projetos pessoais”, constatou.
PONTA DO ICEBERG
Na opinião do parlamentar, as investigações da Operação Lava Jato alcançaram apenas a “ponta do iceberg”, pois ainda há muito a ser descoberto, segundo ele.
“Todas essas denúncias estão banalizando já, porque todo dia nós temos novas denúncias contra o PT, contra os dirigentes, contra os políticos do PT. O que nós sentimos claramente é que ainda há muito por se descobrir. Isso é a ponta do iceberg, há muita coisa ainda encoberta que, no transcorrer da Operação Lava Jato, nós vamos tomando conhecimento. O que se montou, de fato, foi uma organização criminosa”, afirmou.
As investigações da 35ª fase da Operação Lava Jato, denominada Omertà, deflagrada na segunda-feira (26), revelaram que, entre 2008 e o final de 2013, a empreiteira Odebrecht pagou mais de R$ 128 milhões em propina ao PT e seus agentes, entre eles o principal alvo da nova fase da Operação, o ex-ministro Antonio Palocci, preso temporariamente pela Polícia Federal.
Segundo a força-tarefa da Lava Jato, Palocci trataria com a Odebrecht assuntos referentes à obtenção de contratos com a Petrobras, à concessão de benefícios tributários à empreiteira, ao financiamento do BNDES a obras realizadas em Angola, e a negócios envolvendo o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub).
Os procuradores sustentam que Palocci e seu ex-chefe de gabinete, Branislav Kontic, atuavam mediante o recebimento de propinas, que compunham uma espécie de “caixa geral” de recursos ilícitos entre o PT e a Odebrecht.
A Operação apontou ainda evidências de que Palocci e seu assessor teriam reiteradamente atuado em favor dos interesses do Grupo Odebrecht, interferindo mesmo em decisões tomadas pelo governo federal. As provas mostram a existência de um saldo de propina de R$ 70 milhões em 2013, valor que também seria destinado ao ex-ministro Palocci, responsável por gerenciar o montante de acordo com os interesses do Partido dos Trabalhadores.
CORRUPÇÃO REITERADA
Planilhas obtidas pela força-tarefa da Lava Jato apontam também que os valores ilícitos eram repassados ao ex-ministro Palocci de forma reiterada, tanto em período de campanha eleitoral quanto fora dele. Além de pagamentos realizados em favor do ex-marqueteiro do PT, João Santana, e sua mulher, Monica Moura, o montante recebido por Palocci também envolveu a aquisição do terreno inicialmente destinado à construção da nova sede do Instituto Lula.
“Essa 35ª fase da Lava Jato é o exemplo de que todas as vezes nós temos a impressão de que estamos muito próximos ao final, mas a verdade é que talvez nós estejamos no começo”, avaliou o deputado Miguel Haddad.
“As investigações vão apontando isso, que ainda há muita coisa a ser descoberta. Estão puxando o fio, e a cada momento temos novos dados, novas informações. Acredito que ainda há muito que ser investigado, novas informações de corrupção, de propina, de malversação de dinheiro público. Há muita coisa a ser descoberta”, declarou.
(Da Agência PSDB, com alterações/foto: Carolina Alves)
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