Mercado de trabalho
Retomada da credibilidade é fundamental para geração de empregos, alerta deputado
Pesquisa da FGV Projetos encomendada pela Fecomércio-RJ revelou a luta dos brasileiros por uma renda melhor em meio à crise econômica. O estudo indica que 55% dos entrevistados procuraram trabalho extra e, desses, 29% não conseguiram. Com a crise deixada pela gestão petista, 12 milhões de brasileiros ficaram desempregados e muitas famílias viram o poder de compra cair. O deputado Caio Narcio (MG) afirma que o problema pode ser solucionado com empenho do governo pela retomada da credibilidade.
Reportagem publicada pelo jornal “O Globo” nesta terça-feira (6) mostra que os brasileiros têm recorrido aos serviços extras, os chamados bicos, para complementar a renda e manter a família. Em muitos lares há pessoas que perderam o emprego e, fora isso, o poder aquisitivo também caiu. Dessa forma, é difícil manter o padrão de vida sem recorrer a esses serviços informais.
Caio Narcio afirma que a dificuldade para encontrar até mesmo esses “extras” se dá graças à desconfiança do mercado e o mau momento, que tem dificultado a abertura de postos de trabalho, mesmo que temporários. Para ele, apesar da dificuldade momentânea, é possível reverter a situação. O tucano alerta que é preciso empenho do governo e do Congresso Nacional.
“O momento é de dar segurança jurídica e sinalizar com medidas que gerem o crescimento da economia. O Congresso deve aprovar as reformas. É preciso que haja investimentos, recuperar as obras paradas. Tem que retomar a confiança e disponibilizar crédito para o pequeno e médio empreendedor, pois aí eles voltam a investir”, afirma.
De acordo com o tucano, a crise na verdade não é necessariamente econômica. “É uma crise de confiança. Se o governo passar confiança, tiver credibilidade, aquele investidor que hoje está especulando vai voltar a investir, e com isso volta a girar a economia e gerar emprego”, alerta Caio.
O diretor da FGV Social e ex-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcelo Neri, afirma que pela primeira vez desde 1992, houve piora em dois indicadores fundamentais para as famílias: a renda do trabalho e a domiciliar per capita, que soma também recursos de aposentadoria e programas sociais, caíram e houve aumento forte da desigualdade.
Para Caio Narcio, o cenário ainda pode demorar um pouco para se reverter, mas não é tão difícil. O importante, a princípio, é o governo sinalizar para o mercado que tem uma agenda positiva e que está respaldado pelo Congresso para fazer as mudanças. “O resto é gestão e responsabilidade. O governo não pode ter duas palavras: falar uma coisa e fazer outra, como acontecia na gestão do PT”, concluiu.
(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola)
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