Boa sorte, presidente Temer, por Marcus Pestana
Depois de longos nove meses, foi concluído o processo de afastamento da presidente Dilma pelas múltiplas transgressões em relação à Constituição e à legislação fiscal. O país virou a página de uma das mais graves crises políticas de sua história. Uma recessão jamais vista que resulta no desemprego para 12 milhões de brasileiros, combinada com o maior escândalo de todos os tempos desvendado pela Lava-Jato e operações congêneres, abalaram a possibilidade de sobrevivência do governo do PT. A isso se somaram os crimes eleitorais já constatados pelo TSE e a sensação generalizada de um enorme estelionato eleitoral.
O impeachment se tornou inevitável. E foi um processo que se deu dentro da rigorosa observância do texto constitucional, com amplo direito de defesa e supervisionado pelo Supremo Tribunal Federal.
Chegamos ao fim do ciclo de 13 anos do PT no poder. A história brasileira assistiu a inúmeras rupturas do tipo. Em 1930, Vargas pôs fim à etapa primário-exportadora de nosso capitalismo. Em 46, a democracia foi instaurada, decretando o fim do Estado Novo. O golpe de 64 inaugurou o ciclo de modernização autoritária e conservadora. Vinte e um anos depois, Tancredo e Ulysses estiveram à frente da redemocratização fundando a Nova República. Collor abriu um ciclo liberalizante, mas foi objeto de um processo de impeachment meteórico. Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso fizeram o Plano Real, estabilizaram a economia e a modernização do Estado caminhou. A rede de proteção social teve suas bases lançadas. A oposição ganhou. Lula e Dilma governaram por 13 anos.
A corrupção generalizada, a crise econômica, os crimes fiscais e eleitorais levaram ao fim do ciclo petista. Milhões de pessoas foram as ruas pedir mudanças profundas e o afastamento de Dilma.
O presidente Michel Temer tem uma missão histórica. Restabelecer a confiança e a credibilidade na economia brasileira e no governo. Atacar de forma contundente e definitiva o profundo desiquilíbrio fiscal. Patrocinar a reforma previdenciária de forma a tornar o sistema justo e sustentável. Modernizar as relações de trabalho e tomar medidas que permitam o aumento da produtividade. Produzir uma verdadeira reforma política. Aprimorar o combate à corrupção. Simplificar e reformar o sistema tributário. Garantir a melhoria do ambiente institucional valorizando a estabilidade dos contratos. Assegurar previsibilidade a investidores e a solidez das regras. Pôr fim ao intervencionismo atrabiliário que predominou nos governos petistas e dinamizar as parcerias com o setor privado. Enfim, recolocar o Brasil nos trilhos e retomar o desenvolvimento econômico e social.
A crise é gravíssima. O sistema político é frágil e fragmentado. A governabilidade é obra complexa. O Governo Temer terá que se legitimar por resultados concretos que melhorem a vida dos brasileiros.
Que a indignação se transforme em esperança. Pensando nas gerações futuras só nos cabe desejar: boa sorte, Presidente Temer!
(*) Marcus Pestana é deputado federal pelo PSDB-MG. Artigo publicado no “Congresso em Foco”. (foto: Alex Ferreira/CD)
Depois de longos nove meses, foi concluído o processo de afastamento da presidente Dilma pelas múltiplas transgressões em relação à Constituição e à legislação fiscal. O país virou a página de uma das mais graves crises políticas de sua história. Uma recessão jamais vista que resulta no desemprego para 12 milhões de brasileiros, combinada com o maior escândalo de todos os tempos desvendado pela Lava-Jato e operações congêneres, abalaram a possibilidade de sobrevivência do governo do PT. A isso se somaram os crimes eleitorais já constatados pelo TSE e a sensação generalizada de um enorme estelionato eleitoral.
O impeachment se tornou inevitável. E foi um processo que se deu dentro da rigorosa observância do texto constitucional, com amplo direito de defesa e supervisionado pelo Supremo Tribunal Federal.
Chegamos ao fim do ciclo de 13 anos do PT no poder. A história brasileira assistiu a inúmeras rupturas do tipo. Em 1930, Vargas pôs fim à etapa primário-exportadora de nosso capitalismo. Em 46, a democracia foi instaurada, decretando o fim do Estado Novo. O golpe de 64 inaugurou o ciclo de modernização autoritária e conservadora. Vinte e um anos depois, Tancredo e Ulysses estiveram à frente da redemocratização fundando a Nova República. Collor abriu um ciclo liberalizante, mas foi objeto de um processo de impeachment meteórico. Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso fizeram o Plano Real, estabilizaram a economia e a modernização do Estado caminhou. A rede de proteção social teve suas bases lançadas. A oposição ganhou. Lula e Dilma governaram por 13 anos.
A corrupção generalizada, a crise econômica, os crimes fiscais e eleitorais levaram ao fim do ciclo petista. Milhões de pessoas foram as ruas pedir mudanças profundas e o afastamento de Dilma.
O presidente Michel Temer tem uma missão histórica. Restabelecer a confiança e a credibilidade na economia brasileira e no governo. Atacar de forma contundente e definitiva o profundo desiquilíbrio fiscal. Patrocinar a reforma previdenciária de forma a tornar o sistema justo e sustentável. Modernizar as relações de trabalho e tomar medidas que permitam o aumento da produtividade. Produzir uma verdadeira reforma política. Aprimorar o combate à corrupção. Simplificar e reformar o sistema tributário. Garantir a melhoria do ambiente institucional valorizando a estabilidade dos contratos. Assegurar previsibilidade a investidores e a solidez das regras. Pôr fim ao intervencionismo atrabiliário que predominou nos governos petistas e dinamizar as parcerias com o setor privado. Enfim, recolocar o Brasil nos trilhos e retomar o desenvolvimento econômico e social.
A crise é gravíssima. O sistema político é frágil e fragmentado. A governabilidade é obra complexa. O Governo Temer terá que se legitimar por resultados concretos que melhorem a vida dos brasileiros.
Que a indignação se transforme em esperança. Pensando nas gerações futuras só nos cabe desejar: boa sorte, Presidente Temer!
(*) Marcus Pestana é deputado federal pelo PSDB-MG. Artigo publicado no “Congresso em Foco”. (foto: )
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