A raiz do problema educacional, por Rogério Marinho
O PT ao longo de 13 anos deixou um legado de equívocos na educação. Ao contrário da falácia da “pátria educadora”, o País não tem ensino eficiente e quase nenhum avanço pode ser constatado na melhoria da qualidade: prosseguimos com um alto percentual de analfabetismo formal e funcional, com baixas taxas de conclusão do ensino fundamental e médio, baixas taxas de conclusão no ensino superior e desempenho escolar muito aquém do mínimo esperado.
Segundo a Avaliação Nacional da Alfabetização, realizada pelo MEC no ano de 2014, somente 11% dos estudantes de 3º ano do ensino fundamental obtiveram desempenho adequado em leitura. São muitas as evidências que comprovam o baixo desempenho, principalmente, no ensino fundamental e médio regulares das escolas públicas e privadas: um universo de mais de 37 milhões de matriculados.
Não se pode almejar educação de qualidade sem levar em conta a aprendizagem dos estudantes, retratada pelos índices de proficiência em disciplinas centrais do conhecimento, tais como a própria língua materna e a Matemática. O PT preferiu fomentar apenas demandas coorporativas e eleitoreiras.
Os baixos padrões de aprendizagem são determinantes para a baixa produtividade do trabalhador e a ausência constante de inovação tecnológica na produção nacional. Impactam, também, na manutenção geracional de pobreza e das desigualdades socioeconômicas. Perdemos mais de uma década. O PT não foi capaz de fazer a reformulação da formação dos professores para gerar impactos nas salas de aula e alcançar níveis aceitáveis de desempenho escolar por parte dos estudantes.
Hoje, pode-se afirmar que a formação para o magistério é extremamente deficitária em metodologias de ensino, alfabetização baseada em evidências científicas e como usar recursos para o melhor aprendizado. Essa formação é teórica e doutrinária (geralmente de viés marxista ou pós-marxista), pior, trabalhando de forma majoritária o construtivismo que deseduca e atua fortemente na fragilização da alfabetização de nossas crianças amplamente demonstrado por diagnósticos nacionais e internacionais de proficiência além de não preparar, de fato, o professor para enfrentar a realidade cotidiana do sistema de ensino.
O professor recém-formado não conhece as etapas de desenvolvimento das crianças e dos jovens; não está instrumentalizado para preparar e planejar aulas; não conhece em profundidade os testes de avaliação. A situação é ainda pior nos cursos de licenciaturas. O estágio não atende aos requisitos mínimos para dar experiência aos novatos.
Urge uma ampla reforma educacional, em todas as etapas de ensino e centrada em modificações na gestão, nos recursos pedagógicos, na formação dos professores e nas práticas de ensino.
Estabelecendo objetivos de aprendizado claros e adequados às redes de ensino, bem como um currículo básico fincado em evidências científicas. É preciso ir muito além de diretrizes vagas e adotar orientações mais específicas.
O Brasil jamais será um país desenvolvido se não formar adequadamente seus professores. A verdadeira valorização do magistério, decididamente, só é possível se houver uma ampla reforma de sua formação. Devemos enfrentar este problema que é o maior do sistema de ensino brasileiro.
(*) Rogério Marinho é deputado federal pelo PSDB-RN.
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