Impeachment
Líder do PSDB critica “treinamento” para Dilma por senadores do PT antes de julgamento
Senadores aliados à presidente afastada Dilma Rousseff vão fazer uma espécie de treinamento com a petista para prepará-la para o interrogatório marcado para o próximo dia 29 a que será submetida no processo de impeachment. O líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), criticou o treinamento e disse que a iniciativa não terá o menor efeito no quadro de aprovação do impeachment que, segundo ele, já está definido.
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O objetivo do treino é evitar surpresas, antecipando a ela como irão se comportar os colegas, dos mais agressivos aos mais “folclóricos”. Na próxima semana, os aliados farão um roteiro de perguntas para que a petista responda, simulando situações do julgamento.
De acordo com o jornal “O Globo” desta sexta-feira (19), o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), e os senadores petistas Paulo Rocha (PA) e José Pimentel (CE) se reuniram ontem com a presidente afastada para acertar os detalhes. Além do embate com adversários ferrenhos, os parlamentares aliados querem prepará-la para o confronto com senadores considerados mais duros.
Segundo a reportagem, os petistas acreditam que o depoimento pode ajudar a reverter votos, mas que, mesmo que isso não ocorra, será importante para a narrativa construída junto às bases de que a presidente estaria sofrendo um “golpe”.
“Primeiro, deveriam tê-la treinado para ser uma presidente honrada e competente. Espero que façam um treinamento para que ela não continue mentindo, diga a verdade, se penitencie perante a população por todo o mal que causou ao país, destruindo a economia, convivendo num ambiente da mais ampla corrupção e faltando com a verdade para com os brasileiros”, afirmou Imbassahy.
Na avaliação do tucano, caso o discurso de Dilma não seja na direção de reconhecer todos os erros cometidos na sua gestão, será mais uma “fraude” cometida pela petista. “Se não for nesse sentido, não será válido. O resultado do impeachment não terá nenhuma alteração porque o passado não muda. Ela cometeu crime de responsabilidade, violou a Constituição. O que Dilma tem que fazer agora é pedir desculpas à população”, completou.
ERRO
Em entrevista no Palácio da Alvorada nesta quinta (18), Dilma afirmou que a escolha do presidente em exercício Michel Temer como vice-presidente foi um “erro óbvio”. A petista também negou que esteja abandonada pelo seu partido e disse que seria um erro “monumental” não ir ao Senado se defender. “Errei porque escolhi uma pessoa que teve uma atitude de traição em relação à cabeça de chapa, que sou eu. Eu tive 54,5 milhões de votos. Os votos foram dados à minha candidatura”, declarou.
Na avaliação do líder Imbassahy, a afirmação da presidente afastada às vésperas da decisão de seu destino à frente do comando do país é oportuna. “O vice que ela escolheu foi determinante para as vitórias eleitorais que ela obteve. Dizer isso neste momento é mais uma demonstração da mesquinhez do seu caráter”, criticou.
(Da Agência PSDB, com alterações/ foto: Alexssandro Loyola)
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