No banco dos réus, por Luiz Carlos Hauly
“O combate à corrupção e a defesa da ética no trato da coisa pública serão objetivos centrais e permanentes do meu governo (…) Ser honesto é mais do que apenas não roubar e não deixar roubar. É também aplicar com eficiência e transparência, sem desperdícios, os recursos públicos focados em resultados sociais concretos. Estou convencido de que temos, dessa forma, uma chance única de superar os principais entraves ao desenvolvimento sustentado do País. E acreditem, acreditem mesmo, não pretendo desperdiçar essa oportunidade conquistada com a luta de muitos milhões e milhões de brasileiros e brasileiras. ”
Os trechos acima foram destacados do discurso de posse de Luís Inácio Lula da Silva em 1º de janeiro de 2003. Treze anos e sete meses depois, a realidade mostra que o comportamento dele, do seu governo, do seu partido e da sucessora e continuadora de sua obra Dilma Rousseff afrontou acintosamente essa proposta. E, assim, “a oportunidade conquistada com a luta de muitos milhões e milhões de brasileiros e brasileiros” foi desperdiçada. Mais do que isso: espezinhada. A Nação foi traída.
Lula, Dilma e o PT estão no banco dos réus. E não apenas no sentido figurado – o que já seria gravíssimo – por terem feito o oposto do que prometiam, e o que prometiam foi o que os levou ao poder. Eles são réus stricto sensu: Lula, por tentativa de obstrução da Justiça; o PT, por usar dinheiro público para financiar suas atividades; Dilma por atentar contra a Constituição. E isso é apenas o início de uma longa série de imputações que em breve serão formalizadas contra eles. Série que é mera continuidade do assalto sistemático aos cofres públicos e às instituições, cuja “independência e o exercício de suas altas funções constitucionais” Lula prometeu, no mesmo discurso, respeitar “exemplarmente”. O mensalão mostra o quanto ele e seu partido “respeitaram” o Congresso, corrompendo seus membros E a tentativa de obstrução da Justiça – crime pelo qual Dilma passará a responder assim que for deposta – revela quão grande é o seu apreço pelo Judiciário.
Lula tornou-se réu em 29 de julho. Doze dias depois, Dilma – protagonista de um calote eleitoral sem precedentes e responsável pela gravíssima crise econômica por que passamos – foi declarada ré pelo Senado, que deverá cassar seu mandato até o final do mês. A avalanche de votos contra ela não permite outra dedução. Nesse meio tempo, o presidente do TSE, Gilmar Mendes, abriu processo contra o PT por uso de dinheiro público decorrente de contratos superfaturados da Petrobras. Lula é investigado em outras frentes por corrupção, lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio, falsidade ideológica e organização criminosa. Os mesmos crimes são atribuídos a líderes do PT – alguns na prisão – e Dilma responderá ainda por uso de dinheiro não declarado em suas campanhas eleitorais.
Ufa! A lista de crimes, de fazer corar qualquer pagão, resume a maior fraude política de que se tem notícia. E inspira, apropriando-se às avessas do célebre comentário de Winston Churchill, o epíteto de uma organização criminosa travestida de partido político que, para o bem geral da Nação, está em seus estertores: “Nunca tão poucos enganaram tantos por tanto tempo”.
(*) Luiz Carlos Hauly é deputado federal pelo PSDB do Paraná.
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