Resultado positivo
Nova conduta no comando da Petrobras é fundamental para recuperar a empresa, avalia deputado
Após um período de prejuízos bilionários, a Petrobras começa a dar sinais de recuperação. Dilapidada ao longo do governo petista, a empresa divulgou os resultados do segundo trimestre deste ano: entre abril e junho, a estatal alcançou lucro líquido de R$ 370 milhões. No final de maio, Pedro Parente assumiu a direção da empresa, que está trabalhando para reparar os estragos feitos pelas gestões anteriores e conseguir números ainda melhores.
O deputado Elizeu Dionizio (MS) avalia que as investigações que revelaram o esquema de corrupção na empresa ajudaram a começar a tirar a empresa do buraco. No primeiro trimestre, a companhia havia registrado prejuízo de R$ 1,2 bilhão. No ano passado, ainda devido à desastrosa gestão dos anos anteriores, a companhia registrou prejuízo líquido de R$ 34,8 bilhões, o maior de sua história, superando inclusive as perdas de R$ 21,5 bilhões de 2014.
Contribuíram positivamente para o resultado positivo do trimestre passado a redução de 30% nas despesas financeiras líquidas, o crescimento de 7% na produção total de petróleo e gás natural, o aumento de 14% nas exportações de petróleo e derivados e a redução de custos com importações de gás natural. Outro destaque foi a queda de aproximadamente R$ 60 bilhões (15%) no endividamento líquido no semestre, de R$ 392,1 bilhões em dezembro de 2015 para R$ 332,4 bilhões no final de junho. O endividamento bruto recuou 19% (R$ 95,3 bilhões) no período: de R$ 493 bilhões para R$ 397,8 bilhões.
A produção total de petróleo e gás natural foi de 2,804 milhões de barris de óleo equivalente por dia, um aumento de 7% em comparação ao primeiro trimestre do ano. O lucro bruto registrado aumentou 9% na comparação com o primeiro trimestre, atingindo R$ 22,8 bilhões. Já o lucro operacional atingiu R$ 7,2 bilhões ante um lucro de R$ 8,1 bilhões no primeiro trimestre. O resultado financeiro, negativo em R$ 6,1 bilhões, foi melhor se comparado ao trimestre anterior (30% abaixo do registrado no primeiro trimestre), em função, principalmente, da apreciação do dólar frente ao euro.
“É coerente dizer que essa troca de comando da Petrobras colaborou para essa recuperação. A enorme quantidade de denúncias e as flagrantes irregularidades que têm sido descobertas levaram os gestores da empresa a fechar as torneiras, tomar mais cuidado e parar com as condutas erradas para fazer a empresa voltar a ser superavitária”, explicou Dionizio.
No centro das investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, a Petrobras amargou prejuízos bilionários com a corrupção. Em abril de 2014, reduziu o valor de seus ativos em R$ 44,3 bilhões. Processos no exterior também foram abertos contra a empresa em razão das perdas bilionárias decorrentes das investigações sobre suborno e propina envolvendo a companhia.
Apesar do difícil período enfrentado pela estatal, o deputado do PSDB acredita que as investigações e a queda dos gestores envolvidos em corrupção – entre eles Pedro Barusco, Nestor Cerveró e Renato Duque – contribuíram positivamente para que a empresa voltasse a ter transparência e, depois de grande declínio, pudesse começar a dar bons sinais.
“A Lava Jato, os investigadores e todos aqueles que estão de olho na administração da Petrobras têm seu mérito nessa recuperação. Há uma nova conduta no comando da empresa”, concluiu Dionizio.
(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola)
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