Mais uma passo foi dado
Para deputados, confirmação do impeachment é essencial para país virar a página e resgatar esperança
Enquanto os poucos aliados que restaram a Dilma repetiam insistentemente a tese infundada de golpe, a comissão do impeachment aprovava, por ampla maioria (14 a 5), o relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) recomendando o andamento do processo contra a presidente afastada. Deputados do PSDB acreditam que o placar foi uma demonstração de como o impedimento será julgado pelo plenário do Senado, ou seja, com perspectivas muito concretas de um fim definitivo da era petista.
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O líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy (BA), destacou que Dilma está cada vez mais próxima do “juízo final”. Para ele, o país precisa da definição final sobre o processo contra a presidente, cuja gestão estava sendo reprovada pela maioria da população. “É preciso virar essa página para que o Brasil siga seu caminho sem Dilma”, resumiu.
O parecer de Anastasia já foi lido em Plenário e deverá ser votado na próxima terça-feira (09). Se o Plenário seguir o entendimento da comissão e considerar que há provas de que a presidente descumpriu leis fiscais e orçamentárias na edição de decretos de crédito suplementar e nos atrasos em repasses de subvenções do Plano Safra, em 2015, Dilma será então julgada pelos senadores. Para essa fase ter prosseguimento, é necessário apenas a aprovação por uma maioria simples dos senadores.
O deputado Vanderlei Macris (SP) afirma que a confirmação do impeachment é fundamental para que o país possa olhar para o futuro. “Esperamos que seja respaldado pelo Senado como foi pela Câmara. O Brasil não suportava e não suporta mais conviver com a corrupção, com a falta de capacidade de gestão e com a tragédia da má gestão implementada no governo do PT e de Dilma”, avalia. O parlamentar avalia que essa fase de transição é a garantia que o Brasil será diferente e muito melhor.
Já o deputado Miguel Haddad (SP) avalia que todas as fases do processo têm comprovado que houve, de fato, crime de responsabilidade. “Houve as pedaladas e o impeachment tem respaldo legal”, resumiu nesta sexta-feira. Para Haddad, além de, contundentemente demonstrar a existência das irregularidades cometidas por Dilma, o relatório de Anastasia correspondeu ao desejo da população, que foi às ruas exigir o impeachment por não suportar mais a crise econômica, o desemprego e o fechamento de empresas. “O impeachment vem ao encontro desse desejo da sociedade por um basta a esse processo de corrupção que corroeu o Brasil nesses 13 anos de governo do PT”, aponta.
FASE FINAL
Depois que o parecer for aprovado por maioria simples no plenário do Senado, terá início a fase final de defesa e acusação, o julgamento em si. A previsão é que a votação final no plenário da Casa, que precisará do aval de dois terços dos senadores para ser definitivamente aprovado, inicie no dia 26, podendo ser concluído por volta do dia 29.
“Nossa convicção é de que o Senado votará favorável e Temer assumirá definitivamente com legitimidade para tomar as medidas e reformas necessárias. Esperamos, daí por diante, que o Brasil retome seu desenvolvimento”, concluiu Haddad.
(Reportagem: Djan Moreno/fotos: Alexssandro Loyola/Áudio: Hélio Ricardo)
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