Artigo: "Afetados pela Síndrome de Estocolmo", por Rogério Marinho
O século XX, foi varrido por ideologias totalitárias, notadamente o comunismo, o fascismo e o nazismo. Milhões de pessoas foram assassinados em guerras e em tempos de paz por estes regimes ferozes. Partido único, supressão da liberdade econômica e política, combate as religiões, submissão dos poderes, adoração de ídolos, censura aos meios de comunicação e genocídios são marcas da ação política dos totalitários.
Certamente, quem conhece o mínimo de história não pode desprezar, a título de extrema ingenuidade, o perigo constante de assalto aos regimes democráticos. A democracia sempre é uma construção árdua, do dia a dia, e relaciona-se diretamente com a solidez das instituições, dos poderes independentes e da liberdade individual.
O Brasil viveu nos últimos treze anos um ambiente nada democrático, pois o PT aparelhou as instituições e a todo momento tentou controlar os meios de comunicação, a doutrinação de esquerda nas Universidades e escolas iniciada nos ultimos 40 anos foi intensificado nos Governos petistas que utilizou o sistema de ensino brasileiro para por em prática a hegemonia cultural recomendada pelo marxista Antonio Gramsci.
Hoje, poucos incautos duvidam das práticas nada republicanas que foram implantadas na educação brasileira. Basta abrir um livro didático aprovado pelo MEC para descobrir que o Presidente FHC teria vendido o Brasil e aumentado a desigualdade social ou que Lula é o herói do povo e teria praticado uma verdadeira revolução.
O partido, de forma inteligente e sorrateira, providenciou o seu falso abrandamento ideológico; o seu disfarce. Fez isto após e durante as sucessivas derrotas em eleições presidenciais. Em 2002, com a famosa Carta ao Povo Brasileiro, promessas de racionalidade econômica, respeito à liberdade de mercado e discurso pela ética, o PT conseguiu chegar ao poder.
Foram as mãos do mago do marketing Duda Mendonça e do pragmático José Dirceu. A obra foi o Lulinha Paz e Amor. Enganaram a opinião pública e parece que enganaram alguns que publicam suas opiniões.
É fato. Ao mesmo tempo em que tentava disfarçar publicamente sua imagem de partido totalitário, o PT apostava em um renascimento do socialismo em uma agenda semissecreta. Em 1990, o PT, representado pelo ex-presidente Lula em parceria com Fidel Castro, montou o Foro de São Paulo.
Ela seria a instituição encarregada de estabelecer as estratégias de expansão do socialismo na América Latina. Partidos, movimentos sociais e movimentos terroristas revolucionários da America Latina e do Caribe passaram a se reunir no afã de pactuar a implantação do socialismo em todas as Américas.
Para chegar ao poder, o PT aplicou a receita de domínio das instituições e implantação da hegemonia cultural. Não há nisto nenhuma novidade. Aliás, a estratégia é explícita e consta em muitos documentos do partido.
Por exemplo, no Caderno de Teses para o quinto congresso do PT tem-se alguns exemplos: “ampliação da importância e dos recursos destinados às áreas da comunicação, da educação, da cultura e do esporte, pois as grandes mudanças políticas, econômicas e sociais precisam criar raízes no tecido mais profundo da sociedade brasileira”.
Ou “é a partir desta centralidade que devem ser articulados programaticamente a defesa do avanço (…). Ele pressupõe uma disputa de valores, de agendas e de programas, forte e permanente na sociedade, para fazer frente à pressão midiaticamente rearticulada neoliberal e conservadora.”
Ou “o PT precisa retomar o conceito de disputa de hegemonia, combinando a ação institucional, articulado com as lutas dos movimentos sociais e com base numa forte organização interna, com vistas reencantar a juventude e a sociedade como um todo.”
Consideramos covarde e criminoso inocular na mente das crianças e jovens ideologias, clichês, falsa ciência, falsa história e padrões morais divergentes dos padrões familiares. A Constituição Federal é clara e objetiva quando no artigo 206, inciso II, diz que o ensino brasileiro será ministrado com base na liberdade de aprender. Resta, portanto, claro que continuar permitindo que as crianças brasileiras sejam assediadas ideologicamente é, além de um despropósito moral, uma clara afronta à Carta Magna.
Como se já não bastasse a previsão da liberdade de aprender, o mesmo artigo 206 da Constituição, dessa vez no seu inciso III, determina que o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas sejam preceitos básicos pelos quais o ensino deve ser ministrado.
Na verdade, adversários, impossibilitados de defenderem abertamente uma escola com partido e a própria doutrinação ideológica, acusam os que lutam pela liberdade de aprender de quererem impor mordaças ao professor. Invertem a questão para defenderem o status quo de total hegemonia esquerdista na educação atual.
Acusam adversários daquilo que fizeram. E quando os adversários da liberdade de aprender são oriundos de partidos que estão fora do espectro ideológico mais esquerdista, a única conclusão possível é que estas pessoas sofrem da Síndrome de Estocolmo: se apaixonaram pelos malfeitores; amam os que as escravizam. Lamentável!
Vamos combater duramente a doutrinação ideológica e a manipulação de compartamentos nas escolas porque acreditamos piamente na liberdade, no conhecimento e na educação. Sabemos que o aluno precisa ter acesso à pluralidade de correntes teóricas sobre os fatos da vida e da sociedade.
Não aceitamos um ensino instrumentalizado por interesses políticos sejam quais forem. Estamos preparados para qualquer embate intelectual honesto e aberto. Defenderemos o direito dos estudantes à liberdade de aprender.
*Artigo do deputado Rogério Marinho (RN) publicado no Blog do Noblat.
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