Normalidade de volta
Para tucanos, impeachment de Dilma e saída de Cunha abrem novas perspectivas para o país
Deputados do PSDB avaliam que afastamento definitivo da presidente Dilma pelo processo de impeachment e a renúncia de Eduardo Cunha à presidência da Câmara abrem perspectivas do renascimento de um novo Brasil, com a superação das crises que paralisam o país.
Segundo o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), a renúncia de Eduardo Cunha já era esperada, dada a gravidade das denúncias que pesam contra ele. “Os fatos revelados na investigação da Operação Lava Jato colocaram o deputado Eduardo Cunha numa situação extremamente grave”, disse o líder, destacando a confirmação da existência de contas no exterior e as delações que envolvem suposto pagamento de propina. “Tudo isso fez com que ele perdesse as condições políticas e morais de exercitar a presidência da Casa”, reiterou.
Com a saída de Eduardo Cunha, anunciada na última quinta, o líder tucano recomenda cautela. “Agora é o momento de olhar o futuro e identificar candidatos que possam trazer a normalidade de volta”, disse o parlamentar ao se referir à eleição que ocorrerá nesta semana. Para o líder tucano, um dos desafios é interromper esse ciclo tão negativo e nefasto para o Brasil. “É hora de abrir uma agenda de reconstrução nacional para que o país possa superar essa crise política e econômica”, reitera ele, lembrando de ser esse o papel que a população espera ver a Câmara dos Deputados desempenhar.
Já o deputado Ricardo Tripoli (SP) avalia que a maioria dos senadores votará favoravelmente ao afastamento definitivo da presidente Dilma em agosto, encerrando de forma definitiva um triste período para o país. “Os advogados dela sustentam que não houve nenhum crime contra a a Constituição, mas sem dúvida os fatos foram comprovados. Não há como dizer que não houve crime quando ela, por decreto, determina algo que dependa da aprovação do Congresso”, disse o tucano ao se referir à abertura de créditos suplementares sem autorização do Poder Legislativo.
Já as chamadas pedaladas fiscais, outro elemento que sustenta o impeachment, foram comprovadas pelo Tribunal de Contas da União. O TCU inclusive recomendou ao Congresso a rejeição das contas do governo Dilma de 2014. De acordo com o tucano, o fato é que até hoje o governo afastado não disse a que veio, a não ser criar novas dívidas e cometer descalabros, a exemplo de crimes contra o patrimônio público.
Nesta quarta-feira, (14/07) será eleito, em votação secreta, o presidente que vai substituir Eduardo Cunha. Em entrevistas à imprensa, o líder do PSDB traçou o perfil do candidato que o PSDB apoiará: alguém respeitado, com intenção de pacificar a Casa e que apresente uma agenda nacional.
(Reportagem: Ana Maria Mejia/fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)
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