Eleição
PSDB apoiará candidato capaz de pacificar a Câmara e que tenha agenda nacional, diz líder
O PSDB vai apoiar um candidato à Presidência da Câmara que seja respeitado, demonstre intenção de pacificar a Casa e tenha uma agenda nacional. Esse perfil foi destacado pelo líder do partido, Antonio Imbassahy (BA), ao se referir à eleição que ocorrerá nesta semana. O novo presidente terá que ser escolhido pelos deputados porque o presidente afastado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), renunciou ao cargo na última quinta-feira.
Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, da rádio Jovem Pan, Imbassahy afirmou que o partido ainda não possui candidato e que deve colocar um nome à disposição apenas na disputa que ocorrerá no início de 2017, quando acaba o mandato tampão daquele que vencer o pleito de agora.
Da forma como as negociações estão ocorrendo para a disputa é possível que esta seja uma das disputas mais pulverizadas dos últimos tempos para o comando da Casa. Mais de dez nomes já se apresentaram como possíveis candidatos. Até o fechamento dessa reportagem, sete já haviam protocolado suas candidaturas junta à Mesa Diretora: Fausto Pinato (PP-SP), Carlos Henrique Gaguim (PTN-TO), Carlos Manato (SD-ES), Marcelo Castro (PMDB-PI), Fábio Ramalho (PMDB-MG), Heráclito Fortes (PSB-PI) e Giacobo (PR-PR).
“Desta vez a Câmara tem que acertar. Vamos conversar com a bancada tucana com muita serenidade, vamos receber candidatos e ouvi-los para fecharmos uma posição com todos os 51 deputados”, explicou Imbassahy, ao lembrar que o PSDB tem uma história de serviços prestados ao país e grandes nomes no cenário nacional. Uma primeira reunião com os deputados do partido ocorre na noite desta segunda.
SEM COMPOSIÇÃO COM PT
Em entrevista veiculada no Jornal da Band, Imbassahy explicou que não há chance de o PSDB compor chapa com o PT. Ele explica que os dois partidos protagonizam uma polarização histórica, com posições completamente antagônicas, o que impede a ambos de apoiarem a mesma candidatura.
A eleição na Câmara é secreta. Quem conseguir pelo menos 257 votos vence no primeiro turno. Se não, há segundo turno entre os dois mais bem votados.
Imbassahy também descarta a possibilidade de Eduardo Cunha ter influência suficiente para escolher aquele que comandará a Câmara em seu lugar. Segundo ele, a força política do ex-presidente foi se enfraquecendo ao longo do tempo.
O líder do PSDB destaca que a finalização do processo de cassação de Cunha deve ser levada a plenário. Se a eleição para presidente acontecer na quarta-feira à noite, como preveem os líderes partidários, a CCJ terá dois dias livres para analisar o recurso de Cunha. A partir de então, o caso fica pronto para votação em plenário, possivelmente no início de agosto, após o recesso. Na comissão, a tendência é de que o recurso pedindo a anulação do processo seja rejeitado.
INDEPENDÊNCIA
Em entrevista a rádio Folha de Pernambuco, o 1º vice-líder do PSDB na Câmara, Daniel Coelho (PE), também elegeu o perfil do que considera ser o melhor candidato ao cargo: alguém que tenha condições de unir a Casa, seja independente e represente o poder Legislativo. Para o parlamentar, o presidente da Câmara também tem que estar comprometido em dar sequência à cassação do mandato de Eduardo Cunha. “Esta semana é importante para virarmos essa página da Câmara. Precisamos de um presidente que tenha condições de unir a casa, que não tenha compromissos externos, tem que ter independência, e que seja alguém que represente o poder Legislativo”, enumerou. Daniel Coelho entende, ainda, que o próximo presidente da Câmara precisa ser alguém que não responda a processos que possam colocar em dúvida a legitimidade da Casa.
(Reportagem: Djan Moreno com PSDB-PE/foto: Alexssandro Loyola)
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