Entrevista ao SBT
Presidente afastada não consegue reconhecer mal que fez ao país, lamenta Hauly
Em entrevista concedida ao jornalista Kennedy Alencar, do SBT, a presidente afastada Dilma Rousseff demonstrou arrogância e não conseguiu assumir um erro sequer de sua gestão. O deputado Luiz Carlos Hauly (PR) avalia que as afirmações da petista não condizem com a realidade. “É paranoia pura”, afirma.
Entre outras coisas, Dilma afirmou na entrevista que não houve erro na política adotada por seu governo de congelamento de preços de combustíveis, numa clara interferência na gestão da Petrobras, ou mesmo na condução do setor elétrico – duas áreas que ruíram durante sua gestão.
Ela criticou o presidente interino Michel Temer e rebateu declaração recente dele de que teria recebido uma herança nefasta. Mesmo ao ser lembrada sobre números assustadores como o de desempregados (mais de 11 milhões), inflação acima da meta e juros altíssimos, continuou negando que tenha deixado a economia do país em situação caótica.
Para o deputado do PSDB, Dilma não consegue reconhecer o mal que fez ao país. “Não tem seriedade no que ela fala. Ela destruiu a sexta maior economia do mundo. O Brasil retrocedeu, fechou milhões de vagas, levou milhões de brasileiros e de empresas à inadimplência, quebrou as prefeituras, os estados e o governo federal, minando o parque industrial brasileiro e a imagem do Brasil, com consequências irreparáveis”, alertou.
Como se não bastasse sua incapacidade de reconhecer erros, Dilma parece ignorar outra realidade tão latente: a presidente afastada diz acreditar que conseguirá o apoio necessário, no Senado, para barrar o impeachment. Durante a entrevista, voltou ainda a defender a tese de golpe e recorrer à velha cantilena de que o processo contra ela foi fruto de vingança e conspiração.
“Ela está se achando acima do bem e do mal. É impossível não reconhecer tudo que ela cometeu de errado”, aponta Hauly, ao destacar: “Ela realmente cometeu crime de responsabilidade, destruiu a maior empresa do Brasil, e elevou o déficit público”, completou.
De fato, nos bastidores, até mesmo alguns dos principais aliados da presidente afastada consideram muito difícil seu retorno ao poder. As avaliações são pessimistas e antigos auxiliares dizem que, politicamente, a situação de Dilma já está definida.
Hauly acredita que o Senado cumprirá seu papel e não aceitará que uma presidente que descumpriu a Lei de Responsabilidade Fiscal volte ao comando do país. Para ele, os brasileiros não aceitariam seu retorno.
(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)
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