Oportunismo petista
Eduardo Gomes critica inaugurações de obras inacabadas por Lula na reta final do governo
Ao fazer uma maratona de “inaugurações” na reta final de seu governo, inclusive de obras inacabadas, o presidente Lula conclui o seu segundo mandato usando o mesmo expediente do passado: transformando as cerimônias oficiais em atos políticos na tentativa de colher dividendos no marketing e nas urnas.
A opinião é do deputado Eduardo Gomes (TO), que criticou o comportamento do presidente ao entregar mais um empreendimento inacabado nesta quarta-feira (22) – a duplicação de 88 quilômetros do trecho gaúcho da BR-101, no município de Maquiné (RS). Falta terminar a construção de uma ponte e de passagens urbanas, mas mesmo assim o petista inaugurou a obra na presença de políticos aliados, como o futuro governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT).
“Espero que atitudes como essa tenham a reprovação da população, que saberá separar a propaganda do que é governo de verdade. O comportamento de Lula não muda muito neste final de mandato em relação ao final de sua primeira gestão, na qual ele direcionou todos os seus esforços para eleger o seu sucessor”, avaliou nesta quinta-feira (23). A respeito das críticas feitas pelo presidente Lula a supostos entraves ambientais enfrentados que teriam provocado atraso de dois anos na duplicação, Eduardo Gomes disse não passar de bravatas.
Segundo o jornal “O Globo”, Hideraldo Luiz Caron, diretor de Infra-estrutura Terrestre do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit), dá outra versão para o caso. De acordo com ele, a obra de duplicação de parte da BR-101 nunca chegou a ser paralisada e apenas teve seus prazos alongados.
Dentro da maratona de cerimônias, Lula tem “inaugurado” outros empreendimentos que ainda não estavam prontos. É o caso do teleférico que ligará as favelas do Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro. O presidente esteve na comunidade na última terça-feira, mas a população somente poderá usar este meio de transporte em março de 2011. E mais: diversas obras prometidas pela finada gestão petista não serão entregues, como as ferrovias Norte-Sul e Transnordestina e as hidrelétricas de Girau e Santo Antonio. Outras, como o trem-bala, a usina de Belo Monte e a transposição das águas do rio São Francisco ficaram apenas como promessas para um futuro desconhecido.
(Reportagem: Artur Filho/ Foto: Eduardo Lacerda/ Áudio: Elyvio Blower)
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