Seriedade e competência


Tucanos elogiam nomeação de Luislinda Valois para Secretaria de Promoção da Igualdade Racial

luislinda-valois-foto-george-gianni-2-460x307Deputados do PSDB elogiaram a nomeação da tucana Luislinda Dias de Valois Santos para comandar a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) do governo do presidente em exercício, Michel Temer (PMDB). A nomeação da presidente do Tucanafro na Bahia, que também é integrante da Executiva Nacional do partido, foi publicada na última segunda-feira (13).

“É uma mulher séria, de capacidade incontestável. De origem humilde, ela já galgou importantes funções na vida pública exclusivamente por esforço próprio e merecimento. Tive o prazer de estar presente à audiência, no dia 2 de junho, quando o ministro da Justiça, Alexandre Moraes, formalizou o convite à desembargadora”, disse o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA).

Também deputado pelo PSDB baiano, João Gualberto manifestou sua felicidade com a nomeação. “Uma conquista merecida a essa mulher que dedicou a vida à luta pela igualdade social e racial e que tive a honra de conduzi-la ao PSDB. Uma baiana séria que, na vida pública, sempre teve uma conduta impecável”, elogiou.

Gualberto parabenizou a desembargadora Luislinda, que é da executiva estadual do PSDB na Bahia, por sua nomeação e desejou que a sua atuação na área jurídica, nos movimentos sociais, políticos e culturais em nosso estado se reflita em todo o país.

TRAJETÓRIA

Luislinda Valois se tornou, em 1984, a primeira juíza negra do Brasil. Reconhecida por lutar contra o preconceito racial e também por ter sido a primeira juíza a proferir uma sentença contra o racismo no país, em 1993, a tucana afirmou que fará um levantamento da pasta para definir quais serão as suas prioridades. “Só depois de ver o que foi feito e o que está por se fazer para poder definir quais serão as nossas prioridades. Vou fazer uma avaliação geral”, disse Luislinda. A data de sua posse, segundo ela, ainda não foi definida pelo Palácio do Planalto.

A desembargadora disse que vai assumir o cargo com o principal objetivo de incluir o negro em todas as esferas de poder do país. “Encaro com muita responsabilidade assumir essa Secretaria, que tem a obrigação de realmente incluir o negro nos espaços de poder, que é uma coisa que venho lutando há muitos anos, não é de agora, além de melhorar a aceitabilidade das religiões de matrizes africanas. Recebo essa incumbência, esta responsabilidade, agora com muita lealdade, honestidade, porque não abro mão desses dois itens. Quem me conhece, já sabe que meu lema é esse”, afirmou.

Ao lembrar de sua infância, Luislinda disse que está disposta a trabalhar para acabar com a cultura do racismo no país. “Desde pequena, nasci e me criei com o meu pai falando isso: honestidade, competência e lealdade. Com esse tripé, eu acho que nós venceremos [o racismo] e com a ajuda de todo o povo brasileiro, porque ninguém faz nada sozinho.”

CURRÍCULO

Natural de Salvador (BA), neta de escravo, filha de um motorneiro de bonde e uma lavadeira, Luislinda Dias de Valois Santos se tornou, em 1984, a primeira juíza negra “rastafári” do Brasil – como gosta de ser chamada pelo seu cabelo vermelho, sua marca registrada. Foi autora da primeira sentença de condenação por racismo no país, em 1993. A desembargadora graduou-se em direito pela Universidade Católica de Salvador, em 1978, e além da trajetória jurídica, também atuou como professora do Colégio Militar do Exército de Curitiba.

Luislinda também foi procuradora-chefe federal do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER) no Paraná, hoje DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), antes de passar em primeiro lugar em um concurso para procuradora na Advocacia-Geral da União (AGU). Como assessora da Presidência do Tribunal de Justiça da Bahia, criou, em 2003, o projeto “Balcão de Justiça e Cidadania”, a “Justiça Itinerante Bairro a Bairro” e a “Justiça Itinerante Marítima na Baía de Todos-os-Santos”, com o objetivo de facilitar o acesso da população carente aos serviços judiciários. Em 2011, foi promovida, por antiguidade, à desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia, se aposentando alguns meses depois.

Filiada ao PSDB desde 2013, Luislinda se candidatou ao cargo de deputada federal pela Bahia em 2014, ano que também assumiu a presidência estadual do Tucanafro no estado. Membro da Executiva Nacional do partido e autora dos livros “O negro no século 21” e “Negros pensadores do Brasil” (a ser lançado ainda neste mês), a desembargadora ocupa a cadeira nº 6 na Academia de Letras José de Alencar, em Curitiba (PR) e, em 2012, recebeu o título de embaixadora da paz da Organização das Nações Unidas (ONU).

(Da redação, com informações da Agência PSDB/foto: George Gianni)

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15 junho, 2016 Últimas notícias Sem commentários »

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