Recorde de cheques sem fundos
Governo Dilma foi irresponsável com orçamento do Ministério das Cidades, avalia deputado
Em sua primeira entrevista coletiva após assumir o Ministério das Cidades, Bruno Araújo alertou para a situação orçamentária deixada pelo governo da presidente afastada, Dilma Rousseff, na pasta. Segundo o tucano, a gestão petista passou o maior número de “cheques sem fundo” já conhecido.
Foi uma referência direta à disparidade entre as promessas feitas a governadores e prefeitos e os valores disponíveis para gastar, iludindo também a população. Para o deputado Lobbe Neto (SP), o governo petista foi um desastre na área, pois anunciou o que não podia cumprir. “É um absurdo. O que vimos foi um verdadeiro desgoverno”, resumiu nesta sexta-feira (3).
TRANSPARÊNCIA
Para o tucano, a entrevista (assista trechos) foi fundamental, pois nela o ministro foi transparente e mostrou a realidade da pasta. Bruno Araújo afirmou, por exemplo, que a equipe anterior firmou compromissos com estados e municípios no valor de R$ 66,5 bilhões somente em 2016, muito acima dos cerca de R$ 8 bilhões autorizados para empenho da pasta para este ano.
Ainda de acordo com o ministro, que é deputado federal licenciado pelo PSDB-PE, o governo petista trabalhou de forma mentirosa, criando expectativa aos gestores nos estados em receber recursos que não teriam condições de serem honrados.
Segundo Lobbe Neto, o ministro tem pela frente a missão de recuperar os investimentos, mostrando para a população a realidade brasileira. “Acredito que, com essa transparência, ele irá colocar essa situação no rumo certo”, apontou o parlamentar.
Bruno Araújo considerou que os números do orçamento da pasta mostram que a falta de compromisso para fazer um diálogo verdadeiro com a população causou grandes danos de expectativas. Segundo ele, diante do cenário encontrado serão privilegiadas as obras que precisam ser concluídas e estão em fase adiantada de construção.
MINHA CASA, MINHA VIDA CONTINUA
Apesar da herança maldita, o ministro das Cidades reforçou a permanência do Minha Casa, Minha Vida (MCMV). “O programa continua prioritário e não serão feitos novos cortes, porque já foram realizados pelo governo afastado”, destacou. Além disso, Araújo também afirmou que “o MCMV 2 e 3 seguem com recursos assegurados ”.
Ao apresentar a queda de dotação orçamentária do ministério, o ministro das Cidades indicou a quantidade de unidades contratadas no faixa 1 do programa (FAR) e explicou que neste ano não houve nenhuma contratação. Na coletiva, Bruno também ressaltou que o MCMV entidades nunca parou e que estão em fase de contratação 13,9 mil unidades, selecionadas em dezembro de 2015 e em abril de 2016.
“O Ministério edita nova portaria com lista divulgando entidades que podem vir a contratar com a Caixa Econômica Federal e com aprimoramentos que trazem maior agilidade de procedimentos e mais segurança na liberação do crédito. Já o MCMV Rural está em fase final de contratação de 18,9 mil unidades”, assegurou.
(Reportagem: Elayne Ferraz, com informações do Ministério das Cidades/foto: Alexssandro Loyola)
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