Investigações não podem parar
Deputados voltam a defender Lava Jato e consideram acertada saída de ministro da Transparência
Deputados do PSDB consideraram correta a saída de Fabiano Silveira do Ministério da Transparência após a divulgação de diálogos nos quais ele discute estratégias de defesa de investigados da Lava Jato. Ao longo da segunda-feira (30) tucanos já haviam defendido que ele deixasse o cargo e afirmaram que a decisão demonstra que o governo interino de Michel Temer está a favor de investigações fundamentais no combate à corrupção.
Para o deputado Carlos Sampaio (SP), a Operação Lava Jato é o caminho de combate à corrupção e não pode, de maneira alguma, ser parada. Em sua avaliação, a saída de Silveira, assim como a de Romero Jucá do Ministério do Planejamento, e a demonstração da real situação fiscal do país, foram demonstrações de que o governo Temer merece um voto de confiança.
“Esse ministro foi gravado criticando o procurador-geral da República e propondo uma forma de o presidente do Senado ‘defender-se’ da Lava Jato. Quem age assim e não esclarece o porquê não age com a transparência que o nome do próprio ministério exige. Mais uma vez agiu bem o presidente Temer ao acolher sua demissão. Por isso, fica minha convicção de que o compromisso do presidente não é com o erro ou com pessoas, mas com o Brasil como um todo. Enquanto tiver esse comportamento terá o meu apoio irrestrito”, afirmou Sampaio.
Para o deputado João Gualberto (BA), a saída de Fabiano Silveira do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle é uma demonstração de que o governo Temer vem tomando as atitudes certas com aqueles que supostamente estão envolvidos em corrupção ou que planejavam, de alguma forma, impedir o andamento da Lava Jato. Por meio de seu perfil no Facebook, declarou que o atual governo tem atendido ao anseio da sociedade, excluindo-os da administração pública.
Conforme destacou, essa postura é bem diferente da ação do PT, que muitas vezes tentava defender os “companheiros-ministros” envolvidos em escândalos. “Já é o segundo ministro a deixar o Executivo pelo mesmo motivo. Acredito que é assim que deve ser feito e é assim que todo cidadão de bem espera que o país seja conduzido”, afirmou Gualberto.
Horas antes de Silveira anunciar que deixaria a pasta, o deputado do PSDB-BA já havia cobrado a saída. “O ministério foi criado para fiscalizar, controlar e realizar ações do governo para combater à corrupção. O próprio nome do novo ministério exige que as tentativas de parar com a Operação Lava Jato sejam barradas com o rigor da lei, assim como esperam todas as pessoas sérias deste país. Na minha opinião, considero que o novo ministro deve ser afastado”, declarou.
O deputado Betinho Gomes (PE) também havia exigido a saída de Silveira. “Da mesma forma que pedi a saída de Jucá do Ministério pós-gravações. Digo o mesmo sobre o Ministro da Transpêrencia: ele tem que deixar o cargo”, havia comentado o tucano em seu Twitter horas antes do anúncio da saída de Fabiano.
Segundo Betinho, a Operação Lava Jato é uma conquista da sociedade brasileira, uma demonstração de que as instituições no Brasil estão plenamente funcionando, e, por isso, todos devem dar apoio para que o Ministério Público, a Justiça e a Polícia Federal possam cumprir seu papel de investigar fiscalizar e punir quem tiver responsabilidade sobre crimes cometidos. Segundo ele, é preciso garantir que a operação fique intacta e leve adiante o trabalho que começou.
O deputado Duarte Nogueira (SP) foi outro tucano que cobrou a saída. “O ministro da Transparência deve ser transparente e deixar o cargo”, escreveu no microblog.
Vice-líder do PSDB na Câmara, o deputado Nilson Leitão (MT) defendeu, logo após a divulgação das gravações, que o presidente Temer tomasse uma atitude rápida em relação a Silveira assim como fez com o senador Romero Jucá (PMDB-RR). “Na minha opinião, acho que deveria ser trocado, assim como qualquer outro que faça o mesmo”, afirmou Nilson antes do anúncio da demissão.
(Reportagem: Djan Moreno)
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