Forte tendência
Para Daniel Coelho, discursos na Câmara reforçam maioria pró-impeachment
Em entrevista a rádio Jornal do Commercio, neste sábado (16), o 1º vice-líder do PSDB na Câmara, deputado Daniel Coelho (PE), mostrou-se bastante confiante em relação a aprovação da admissão do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) neste domingo (18).
De acordo com o parlamentar, pelas manifestações públicas de uma grande maioria de mais de 70% dos parlamentares, em discurso na tribuna da Câmara, o afastamento de Dilma deve se confirmar com pelo menos 370 votos. São necessários 342.
“Não passar o impeachment seria algo muito fora da curva. Há muitas manifestações públicas favoráveis ao afastamento da presidente. Alguém que amanhã mudar o voto vai ter muito que explicar ao seu eleitor. As pessoas, no mínimo, vão desconfiar que alguma vantagem foi oferecida. Com o nível de acompanhamento da sociedade de todo esse processo, não acredito que alguém terá coragem de rever o voto favorável”, avaliou o tucano.
Na possibilidade de um eventual governo Michel Temer (PMDB), Daniel Coelho reafirmou que o compromisso do PSDB deve ser com uma agenda de projetos prioritários para o país, a começar pela reforma política, e com o apoio incondicional às investigações da Operação Lava Jato sob o comando do juiz Sérgio Moro. “Para isso, não precisamos de cargos no governo”.
O parlamentar entende que, se consultado sobre a formação de um provável governo Temer, o PSDB deve ser firme em defesa do fim de loteamento de cargos adotados pelos governos do PT como um modelo padrão de governabilidade.
“Não é à toa que chegamos onde chegamos. Esse formato do PT, de colocar na mesa ministérios importantes como o da Educação e o da Saúde para negociar maioria no Parlamento é um formato padrão das gestões petistas. Se for repetido vai dar errado de novo. Defendo uma participação do PSDB em cima de agenda”, reforçou.
Além da reforma política, Daniel Coelho defende que o próximo governo deve, de uma vez por todas, priorizar a reforma da previdência, essencial para o equilíbrio do orçamento do país. “Em seu primeiro pronunciamento, após ser reeleita, a presidente Dilma pediu ao Congresso a aprovação dessa reforma. Mas naquele momento o PT se posicionou firmemente contra o tema. Naquela hora, vi que esse governo tinha caído. No momento em que uma presidente propõe uma pauta como prioritária, e não conta com o apoio de seu próprio partido, não há a mínima condição de governabilidade”.
(Do PSDB-PE/foto: Alexssandro Loyola)
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