Respeito à vontade do povo

Duarte Nogueira volta à Câmara e faz defesa enfática pela saída de Dilma do Planalto

Ex-líder do PSDB na Câmara, tucano estava à frente da Secretaria de Logística e Transportes do Governo de SP.

O deputado Duarte Nogueira (SP) reassumiu o mandato no começo da semana e afirmou, em discurso, que defenderá a vontade dos brasileiros, em especial do povo de Ribeirão Preto, que é o de lutar pelo afastamento da presidente Dilma. Desde o início de 2015 o tucano havia se licenciado para ocupar o cargo de secretário estadual de Logística e Transportes do governo Geraldo Alckmin. Ao retornar ao Congresso Nacional, o ex-líder do PSDB afirmou que o processo de impeachment tem seguido todos os preceitos constitucionais e o rito estabelecido pelo Supremo tribunal Federal. Nogueira refutou ainda a tese de golpe alardeada por petistas.

“Os paulistas, especialmente os de Ribeirão Preto, minha terra natal, sempre participaram dos protestos contra a presidente e a favor do impeachment, sendo protagonistas de algumas das maiores manifestações. Tendo sido eleito por eles, venho imbuído da missão de fazer valer a vontade deles, que é o afastamento da presidente”, justificou o deputado.

NÃO HÁ NADA DE GOLPE!

Ao recordar que o PT foi responsável pela apresentação de cerca de 50 pedidos de impeachment contra os presidentes Fernando Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, Duarte Nogueira disse que o atual pedido em análise na Câmara contra Dilma não tem nada de ilegal e não representa de forma alguma uma tentativa de golpe. “Não há nada de golpe nisso. O PT mesmo já apresentou 50 pedidos e naquela época não diziam que era. Agora, porque a sociedade  exige a saída de Dilma e do PT, virou golpe?”, contestou.

Concordando com o argumento de que para haver impeachment o governante precisa ter cometido crime de responsabilidade, o deputado ressaltou que a presidente da República incorreu em crime com as chamadas pedaladas fiscais ao emitir decreto com a emissão de créditos bancários sem a permissão do Congresso Nacional, como manda a lei.

Nogueira destacou ainda que o pedido de impedimento tem sido endossado a cada dia. O apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), segundo ele, endossou a denúncia contra Dilma. Como lembrou, a própria OAB apresentou um novo pedido de impeachment por entender que a presidente cometeu crime de responsabilidade. “Tudo está dentro das regras da Constituição Federal”, pontuou.

O congressista acredita que o governo já está liquidado, não gere mais o país e age apenas em defesa da mandatária, deixando a administração do país em último plano. Até o Palácio do Planalto, destaca, foi “transformado em trincheira do PT”.

Ao lembrar a incitação à violência, à luta armada e à invasão de propriedades defendidas por representantes de movimentos de trabalhadores sem terra durante atos ocorridos na sede do poder Executivo, Nogueira afirmou que tais declarações são inaceitáveis, mas têm contado com anuência da presidente da República. Para ele, isso mostra o desespero dos partidários de Dilma, por isso tentam fazer a sociedade crer que há uma tentativa de golpe.

Ainda durante o discurso que foi proferido nesta terça-feira (5), o parlamentar lamentou a situação dramática da economia brasileira. Segundo ele, foram os crimes cometidos por Dilma e sua má administração que levaram o Brasil a enfrentar esse período de inflação, desemprego e recessão, onde o governo não apresenta nenhuma saída para os problemas que provocou e ainda tentam dividir o país com um discurso incoerente. “Dilma e o PT querem dividir o país e continuar iludindo a sociedade, mas não vão conseguir. O impeachment está próximo”, concluiu.

(Reportagem: Djan Moreno/ foto: Alexssandro Loyola)