Impeachment já!

Da tribuna, Izalci reitera que Dilma cometeu crime de responsabilidade

O deputado Izalci (DF) destacou nesta sexta-feira (1º) que houve, sim, o cometimento de crime de responsabilidade pela presidente da República. Em plenário, o tucano rechaçou a ideia de que o pedido de impeachment de Dilma não tenha base jurídica e afirmou que a petista desrespeitou a Lei de Responsabilidade Fiscal.

O tucano fez menção a um exemplo usado pelo ministro Nelson Barbosa (Fazenda) durante defesa que fez da presidente na comissão processante do impeachment na quinta-feira (31).  “Ele deu um exemplo da questão do supermercado. Diz que a pessoa foi no supermercado com R$ 100 e, durante o trajeto, mudou a lista de compra. Em vez de comprar 1 kg de arroz, comprou 2 kg de arroz, mas não mudou o total dos R$ 100. O que ele se esqueceu de dizer é que o ‘governo era sócio do supermercado’. A lei proíbe quando o governo é sócio majoritário de comprar fiado no supermercado’”, exemplificou Izalci.

Em seguida, o congressista desmanchou a tese do ministro da Fazenda de que as práticas adotadas pelo governo seriam normais, como as adotadas por uma dona de casa quando vai ao supermercado. O governo pegou dinheiro dos bancos públicos para pagar despesas de programas sociais porque, graças a sua gastança, não tinha dinheiro em caixa. Só que essas práticas, sem o crivo do Congresso, como aconteceu, são vetadas.

“O que o governo fez? Ele foi ao supermercado, comprou todo o estoque fiado, e não contabilizou na sua conta, não contou para ninguém e, um ano depois, foi lá e pagou a conta, R$ 72 bilhões. É isso que o governo do PT sabe fazer, maquiar as informações, enganar a população. Está claríssimo: houve diversos crimes contra a Lei de Responsabilidade Fiscal e contra o orçamento”, apontou.

O tucano afirmou que o PL 36, que mudou a regra do superávit primário para tornar legais as manobras que o governo já havia feito, foi aprovado porque o governo comprou apoio no Congresso. A mesma prática está em curso novamente, de acordo com o deputado. “Estão oferecendo até R$ 3 milhões em emendas para cada deputado que votar contra o impeachment, R$ 400 mil para não comparecer na sessão. Isso é descaradamente colocado. Eu espero que esta Casa possa dar a resposta ao povo brasileiro”, denunciou.

MANIFESTAÇÃO PAGA

Izalci ironizou os números apresentados pelos organizadores dos protestos a favor de Dilma realizados na véspera. Segundo ele, quando 50 mil vão às ruas contra o impeachment, os que organizam as manifestações dizem que foi 1 milhão de pessoas. “E olha que a manifestação de ontem foi paga. As pessoas receberam R$ 400 adiantados. Há testemunho e várias gravações de pessoas confirmando isso. Além disso, utilizaram a estrutura do governo para distribuir alimentação, lanche, ônibus de primeira qualidade. Essa é a mobilização do Partido dos Trabalhadores”, alertou. 

(Reportagem: Djan Moreno/foto: )