Balcão de negócios
Em plenário, tucanos defendem impeachment e apontam desespero petista para se manter no poder
Deputados do PSDB usaram a tribuna da Câmara nesta quarta-feira (30) para defender o impeachment da presidente Dilma e denunciar as negociatas que a petista e seu governo tentam empreender para se manter no poder. Os tucanos apontaram erros da gestão do PT e irregularidades cometidas pela chefe do Executivo.
O deputado João Gualberto (BA) fez duras críticas às negociatas em curso para tentar salvar o mandato de Dilma. “Hoje dizem aqui que, se juntarem quatro deputados, se ganha um ministério”, apontou. O tucano destacou que o Palácio do Planalto está tentando promover um verdadeiro feirão com cargos e espaços no governo para cooptar apoio contra o impeachment.
“Para continuarem no governo, neste governo perverso, mentiroso, corrupto, eles usam dinheiro do povo brasileiro. Oferecem, sem vergonha, cargos ao PP, ao PR, aos partidos aliados”. Segundo Gualberto a sociedade precisa estar atenta aos que se dizem indecisos quanto ao impedimento de Dilma e que estão participando de negociatas, vendendo seu posicionamento em uma atitude oportunista.
O deputado Lobbe Neto (SP) afirmou que o PT e aliados estão em desespero diante da iminência do impeachment. “Se o PMDB está entregando 600 cargos, imaginem os 20 mil postos que estão nas mãos deste governo, desses petistas e de outros partidos associados”, apontou ao destacar os ataques que têm sido lançados contra a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e todos que se posicionam contra Dilma e a favor do impeachment.
Lobbe afirma que o governo se omite em responder os questionamentos da sociedade, sejam eles sobre irregularidades, como a da compra da refinaria de Pasadena, ou sobre a inércia em realizar o que tanto prometeram. “Só falam de golpe”, criticou o tucano. Para ele, esse verdadeiro mantra adotado nos últimos dias pelos petistas parece ser fruto de uma orientação do marqueteiro do partido, João Santana, que está preso por determinação da Operação Lava Jato.
O tucano apontou uma série de problemas nacionais dos quais o governo petista é corresponsável. Como lembra, o Planalto lança o PAC 3 sem ter concluído o 1 e o 2. “A saúde e a educação estão um caos”, destacou o deputado. O parlamentar ressaltou que, por razões como essas, a desaprovação ao governo é tão alta.
O deputado Marcus Pestana (MG) disse que a maioria absoluta dos brasileiros repudia o governo, como foi mostrado pela pesquisa Ibope divulgada nesta quarta-feira (30). “O Brasil precisa mudar. A crise bate no bolso, no dia a dia do trabalhador e da dona de casa. Precisamos proceder à mudança necessária”, alertou.
Pestana disse que a OAB deu um inequívoco selo de constitucionalidade e legalidade ao processo de impeachment, assim como cinco ministros do STF atestaram o rito e que não há nenhum cheiro de golpe. “É uma saída institucional para uma crise grave em que há, sim, crime de responsabilidade caracterizado pelas pedaladas fiscais, que agrediram a Lei de Responsabilidade Fiscal e a legislação vigente”.
O deputado Max Filho (ES) fez questão de lembrar aos petistas que quem pediu o impeachment foi um jurista renomado e que foi fundador do PT, ao lado de outros juristas experientes. O tucano destacou que o pedido de impedimento da presidente aponta o cometimento de crime de responsabilidade. Além dessa questão técnica e jurídica, Max ressalta que o impeachment é também um processo de adesão popular. “A juridicidade é muito importante e está presente. É um julgamento técnico, jurídico, mas é também político. A Casa vai prestar seu bom senso à sociedade diante dessa crise”, garantiu.
“Temos visto por parte de aliados que o impeachment é golpe, mas é um instrumento previsto na Constituição, um instrumento válido. Não é válida essa ação de tentar comprar parlamentares com cargos para votar contra o impeachment, não vamos aceitar esse acinte e vamos conclamar os parlamentares e a sociedade a ficarem atentos”, rechaçou o deputado Rodrigo de Castro (MG).
Para o deputado Luiz Carlos Hauly (PR), se Dilma tivesse apreço pelo povo brasileiro já teria deixado o cargo. O tucano também apontou a rejeição popular à presidente e destacou que o país está naufragado e os pobres pagam o custo disso. “São os trabalhadores, os pobres e a classe média que viram sua renda diminuída, alguns o emprego perdido. Foram Dilma, Lula e o PT os responsáveis e agora não conseguem ter uma maioria para conter o impeachment”.
De acordo com Domigos Sávio (MG), é por isso que, nesse momento, instalam de vez um balcão de negócios. “Toda hora o ex-presidente Lula chama individualmente os deputados para tratar de cargos e pedir que não venham no dia da votação. Os brasileiros se sentirão traídos. Balcão de negócios par tratar do futuro do Brasil não dá. Impeachment já!”, disse.
(Reportagem: Djan Moreno)
Deixe uma resposta