Passando o futebol a limpo
Tucanos destacam instalação da CPI da Fifa/CBF; Rogério Marinho é eleito vice-presidente do colegiado
Deputados do PSDB participaram nesta terça-feira (29) da instalação da CPI da Fifa e CBF na Câmara. O deputado Rogério Marinho (RN) foi eleito 1º vice-presidente do colegiado, que vai investigar acusações de corrupção contra as duas entidades e seus dirigentes.
Foram eleitos ao lado de Marinho,por unanimidade, o presidente da comissão, deputado Laudivio Carvalho (SD-MG); o 2 vice-presidente, Hélio Leite (DEM-PA); e o 3º vice-presidente, Washington Reis (PMDB-RJ). O deputado Fernando Monteiro (PP-PE) foi nomeado relator do colegiado.
A reunião de instalação foi conduzida pelo deputado Silvio Torres (SP). “ Essa CPI vai contribuir para que o futebol brasileiro seja passado a limpo junto com tantas outras questões que temos acompanhado”, destacou o tucano. A comissão, segundo Torres, tem a vantagem de ser composta por deputados que querem efetivamente trabalhar, e não abafar investigações.
Ele lamentou que a CPI do Senado, que também investiga irregularidades nas entidades de futebol, tenha ficado esvaziada e conte com pouco empenho dos senadores. “Aqui queremos fazer dessa CPI uma resposta à população, aos amantes do futebol”, completou. O tucano sugeriu o estabelecimento de sub-relatorias para facilitar o trabalho do colegiado.
No ano 2000, Torres foi o relator da primeira comissão parlamentar de inquérito que investigou irregularidades no futebol brasileiro, a CPI da CBF/Nike. O tucano lembrou que a corrupção constatada à época nas entidades do futebol foi um prenúncio do que mais tarde veio a tona com escândalos sucessivos. O tucano enalteceu a iniciativa do deputado João Derly (Rede-RS), autor do requerimento que deu origem ao colegiado.
Além de Marinho e Torres, o deputado Otavio Leite (RJ) representa o PSDB no colegiado. O tucano foi, recentemente, relator da MP do Futebol, que, entre outros pontos, tratou do refinanciamento das dívidas dos clubes com a União. Leite sugeriu que a CPI peça o compartilhamento das provas obtidas pelo FBIque levaram o ex-presidente da CBF José Maria Marin à prisão. Também defendeu que a CPI obtenha as informações recolhidas pela comissão parlamentar de inquérito do senado e que analise o relatório de Silvio Torres da CPI da Nike.
“O norte que a Câmara tem oferecido para o futebol tem sido muito positivo. Com essa CPI daremos um passo muito importante. É bom que em nossos trabalhos a gente não dê passos incorretos, tornando muito amplo o espectro de investigação”, opinou.
Dirigentes e ex-dirigentes da CBF estão entre os alvos da comissão. A Justiça dos Estados Unidos já desmascarou diversos esquemas de suborno e demais ilegalidades, pedindo a prisão de dirigentes envolvidos. Entre eles, José Maria Marín. O ex-presidente da CBF foi detido no ano passado na Suíça e atualmente cumpre prisão domiciliar em Nova York. A operação que prendeu os dirigentes foi liderada pelo FBI em parceria com a polícia suíça para averiguar o esquema de corrupção na entidade esportiva que supostamente movimentou U$150 milhões.
A comissão terá prazo de 120 dias para investigar acusações de fraude, suborno e formação de quadrilha pelos dirigentes esportivos. O relator anunciou que apresentará o plano de trabalho da colegiado na quinta-feira (31). No mesmo dia ocorrerá a primeira reunião deliberativa.
(Reportagem: Djan Moreno/ foto: Alexssandro Loyola)
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