Jogo baixo


Deputados condenam balcão de negócios promovido por Dilma para tentar barrar sua queda

mosaicoDiante da iminente debandada de partidos da base aliada, sobretudo do PMDB, o governo Dilma parte para a estratégia explícita de balcão de negócios para tentar garantir apoio para barrar o impeachment.  Os deputados Giuseppe Vecci (GO) e Carlos Sampaio (SP) avaliam negativamente o novo “toma lá dá cá” e alertam que a atitude, além de ser um “jogo baixo”, fará com que a petista afunde levando consigo os novos aliados que conseguir cooptar.

Com o desembarque do PMDB do governo, Dilma vai oferecer a partidos como PP, PR e PSD cargos hoje em poder dos peemedebistas e a promessa de terem um papel de “protagonistas” caso esses partidos lhe garantam os votos necessários. Nas contas de assessores da presidente Dilma, quase 500 cargos podem entrar nas negociações se todos os peemedebistas decidirem seguir a decisão do diretório nacional do PMDB. O rompimento deve ser anunciado oficialmente nesta terça-feira (29). O ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, filiado ao PMDB, entregou hoje sua carta de demissão ao Palácio do Planalto.

Sampaio avalia que Dilma e o PT jogaram a toalha porque sabem que até mesmo seu maior aliado de outrora vai abandonar o barco definitivamente. “Eles dão como certo o desembarque do PMDB, o que deverá agilizar o impeachment na Câmara. Mas até nessa hora eles jogam baixo, oferecendo os cargos do PMDB, individualmente, aos deputados que votarem contra o impeachment. Eles acabam de abrir nova temporada de compra de votos, bem ao estilo PT de agir! Estaremos atentos para impedir mais essa bandalheira”, alertou o coordenador jurídico do PSDB.

“É o desespero de quem está sentindo a vaca ir para o brejo”, aponta Vecci. O vice-presidente do PSDB afirma que a última preocupação de Dilma tem sido governar o Brasil. “Em vez de ter o mínimo de postura, quer seja criando uma agenda propositiva ou reconhecendo os erros, eles exercitam o toma lá dá cá. E não importa se é com partido A ou com partido B, fazem tudo para tentar frear o processo do impeachment”, aponta o deputado.

Para Vecci, esse fisiologismo mostra a forma como o PT sempre governou e que levou o país ao buraco. Em sua avaliação, nunca houve preocupação com o planejamento, com a gestão eficiente ou a superação das dificuldades do país. “Estão sempre vendendo facilidades, dizendo que esse é o governo que fez isso e aquilo pelos pobres. Como se isso bastasse. A verdade é que quem permanecer neste momento vai estar no abraço dos afogados, pois é um governo que a cada dia afunda mais em seus equívocos e em sua forma fisiológica e populista de governar”, alerta o parlamentar.

O governo pretende ainda cooptar legendas pequenas e deputados individualmente para tentar garantir os 171 votos necessários para barrar o impeachment no plenário da Câmara. O Planalto já avalia que na comissão especial, o processo deve ser aprovado. A Funasa é um dos órgãos que serão rifados nessa “redistribuição”. O PTN é o alvo, conforme reportagem da “Folha”. A possibilidade de segurar ministros peemedebistas nos cargos também não está descartada.

Mas, segundo Vecci, todo esse fisiologismo será em vão. “Nada que se fizer agora vai adiantar. O Collor tentou fazer o ministério de notáveis, não adiantou. Imagina tentar montar um ministério apenas para sucumbir no poder”, avalia.

Para se ter uma ideia da investida do governo sobre deputados e senadores, um auxiliar ouvido pelo jornal “O Globo”, afirmou que o governo vai facilitar a liberação de recursos e atuar com promessa de cargos na estrutura federal para tentar barrar o impeachment na comissão. “Vai ser varejo total, é balcão de feira. E sabemos que quem tem voto são deputados e senadores. O foco do governo agora é ir para cima de quem tem voto”, disse.

(Reportagem: Djan Moreno/ Fotos: Alexssandro Loyola)

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28 março, 2016 Últimas notícias Sem commentários »

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