Trama sórdida
Falta pouco para o Brasil se livrar da organização criminosa que se apoderou do Estado, destaca Imbassahy
O líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy (BA), avisou que falta pouco para o Brasil se livrar da organização criminosa que se apoderou do Estado. Em discurso nesta quarta-feira (23), o tucano reforçou que ninguém está acima da lei, muito menos o ex-presidente Lula.
As gravações telefônicas do petista feitas com autorização da Justiça revelaram à população o Lula autoritário, que despreza as instituições. “O Lula até então conhecido era aquele editado pelo marketing e tomado pelo fingimento e pela mentira, mas a máscara caiu”, disse Imbassahy. Para o líder, o Lula autêntico é aquele que se julga acima da lei, trama contra a Justiça, atrapalha investigações e desrespeita as mulheres com expressões grosseiras.
Além dos desvios de caráter, os diálogos com ministros, líderes e aliados colocam Lula como beneficiário do esquema criminoso do Petrolão, investigado na Operação Lava Jato. “Um braço dessa organização se instalou na Petrobras e em outras empresas estatais para garantir, por meio da corrupção, o financiamento do projeto político do PT, assim como para propiciar o enriquecimento pessoal de alguns”, explicou o líder.
Pelas gravações, é possível entender a trama sórdida armada pelo PT envolvendo cargos públicos e a prática de delitos. Um exemplo claro é o movimento para dar a Lula a chefia da Casa Civil para que ele escapasse de uma possível prisão. O ex-presidente tomou posse no cargo semana passada, mas a farra durou pouco. Na sexta-feira (18), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes suspendeu a nomeação de Lula para o cargo de ministro da Casa Civil.
“Outro caso que merece a devida atenção é o que envolve o novo ministro da Justiça, Eugênio Aragão, tratado por Lula, nas conversas telefônicas, como amigo. É o Lula que diz: ele é amigo, mas deve cumprir papel de homem”, acrescentou Imbassahy. Dias depois do episódio, o ministro mandou um recado à Polícia Federal: a equipe seria afastada em caso de vazamentos, mesmo sem provas. O tom de ameaça seria impensável por parte de um ministro, alerta o tucano.
A reação às falas de Lula nas conversas veio rapidamente das ruas, de parlamentares e membros do Judiciário. Partidos de oposição recorreram ao STF para anular a nomeação do petista na Casa Civil. Os deputados também vão entrar com representações na Procuradoria Geral da República contra Lula, Dilma e ministros. “Todos os personagens envolvidos terão de se explicar, mais cedo ou mais tarde”, destacou Imbassahy.
O líder lembra que a oposição tem trabalhado para defender as instituições, garantir o andamento das investigações da Lava Jato e dar continuidade ao pedido de impeachment contra Dilma. “Não será transformando o Palácio do Planalto em palanque ou bunker de um grupo político”, completou o tucano.
( Foto: Alexssandro Loyola)
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