A vez do Congresso
Em plenário, tucanos destacam grandiosidade do 13 de março e defendem afastamento de Dilma
Deputados do PSDB usaram a tribuna da Câmara nesta terça-feira (15) para destacar a grandiosidade das manifestações do domingo (13) em todo Brasil. Os parlamentares lembraram que a participação de mais de seis milhões de brasileiros nos protestos pedindo o fim da corrupção e da impunidade e exigindo a saída da presidente Dilma demonstrou que a sociedade está cansada das mentiras da petista, de seu partido e do ex-presidente Lula. Para os tucanos, agora chegou a vez do Congresso fazer sua parte.
O 1º vice-líder do PSDB, deputado Daniel Coelho (PE), rechaçou os discursos feitos por petistas, em plenário, tentando minimizar os protestos e imputar acusações infundadas a membros da oposição. “Esse desespero só tem um motivo: a casa dessa quadrilha caiu! A maior manifestação da história desse país aconteceu no domingo e agora eles querem reverter os fatos”, apontou o tucano.
Daniel afirmou que a sociedade está cansada e demonstrou isso nas ruas. O parlamentar disse que os brasileiros vão continuar cobrando o fim da corrupção e, se preciso, após a saída de Dilma voltarão às ruas, independentemente de quem assuma o governo. O tucano destacou ainda que as vaias são naturais e não se comparam às seis milhões de vozes que gritaram “fora Dilma, fora Lula e fora PT”.
Na avaliação de Domingos Sávio (MG), que acompanhou os manifestantes em Belo Horizonte, o movimento foi suprapartidário e respeitou a vontade do povo. “Em São Paulo, havia 1,5 milhão de pessoas contra o PT e contra o governo. Seguramente, ali não estavam para defender partido A, B ou C, porque não foi esse o propósito do movimento”, explicou.
De acordo com Betinho Gomes (PE), muito diferente do PT e do governo, a oposição sempre apoiou as instituições e a Justiça. O parlamentar afirmou que os brasileiros foram às ruas para defender a nação e, assim como a oposição, apoiar as instituições e dizer que não aguentam mais um governo que mentiu, enganou e destruiu a economia nacional, gerando desemprego e inflação e deixando a população aflita. “No Congresso temos a obrigação de ouvir e entender o recado passado pelas ruas”, disse.
Na visão do deputado Fábio Sousa (GO), os brasileiros foram às ruas pedir dias melhores, o fim da corrupção, um basta na impunidade e fim do atual governo, que tanto tem penalizado o povo. “A bola foi lançada na área para que o Congresso Nacional faça alguma coisa! Essa é a hora em que a população vai saber quem é o seu deputado e senador, qual será o seu voto. O povo vai saber quem escutou os gritos da rua!”, avaliou.
“Não dá para desconsiderar o que houve nesse país domingo”, afirmou Vanderlei Macris (SP). O tucano disse ter participado de importantes momentos da história recente do país, como o movimento Diretas Já e o Fora Collor, mas ressaltou a magnitude da manifestação do dia 13. “O que aconteceu domingo não pode ser desprezado. Esse Parlamento tem a obrigação de abrir o processo de impeachment e discutir com a sociedade um novo caminho, temos que devolver a esperança ao povo brasileiro”, afirmou.
O deputado Luiz Carlos Hauly (PR) parabenizou o povo brasileiro pela “segunda independência”. “O dia 13 de março, assim como o 7 de setembro, é o dia da emancipação política e cívica do Brasil”, afirmou. Segundo ele, nunca antes na história do país houve um protesto tão forte pedindo a saída de um governo. “É chegada a hora do impeachment”, completou.
O deputado Bruno Covas (SP) disse que a presidente Dilma vira as costas para os brasileiros em um momento grave. Para ele a nomeação de Lula a ministro é uma “piada de mau gosto”. O tucano defendeu, em plenário, proposta de sua autoria que visa tornar obrigatório o diploma de nível superior para ministros de Estado. “Se o texto já estivesse aprovado, essa piada seria agora evitada”, alertou.
O deputado Caio Narcio (MG) lembrou que, em Belo Horizonte, nem mesmo a chuva inibiu a manifestação. “Aquela chuva foi simbólica, é como se estivesse lavando a corrupção. As ruas deram uma mensagem muito clara de que esse governo acabou, mas o Brasil não acabou por causa desse governo. Com o apoio das instituições vamos colocar um ponto final nisso e devolver a esperança ao nosso povo”, destacou.
Para Marcus Pestana (MG), o afastamento de Dilma se tornou indispensável. Além disso, é preciso que algo seja feito para que a economia volte aos trilhos. “O Brasil se vestiu de verde e amarelo. Foi um pronunciamento contundente, retumbante, da sociedade, que não quer mais mentira, corrupção e incompetência. O impeachment entrou no trilho. Esse é o desejo da sociedade, mas o país não pode parar, porque a economia está derretendo”.
“As pessoas foram de livre e espontânea vontade e isso é o mais bonito e interessante. O coro era um só: fora Lula, fora Dilma e fora PT! Tudo isso em um domingo, dia que as pessoas ficam com a família, mas que foram com toda ela às ruas por um Brasil melhor”, ressaltou o deputado Lobbe Neto (SP). O tucano destacou que o protesto de domingo se diferenciou, e muito, daqueles que são patrocinados pelo PT e movimentos ligados ao partido, que precisam pagar militantes e tirá-los do trabalho para que defendam a legenda, como pretendem fazer na sexta-feira (18).
Para Jutahy Junior (BA), ao sair às ruas e protestar, no maior movimento popular da história do Brasil, a população fez a sua parte. “Agora, cabe à Câmara instalar rapidamente a comissão processante do impeachment e fazer a sua votação”, destacou. Segundo ele, o país não aguenta tanta recessão, desemprego e corrupção, e deseja que haja uma solução constitucional o quanto antes.
(Reportagem: Djan Moreno)
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