Quadro grave
Operação da PF envolvendo Lula e familiares agrava crise que abala o país
A nova fase da Operação Lava Jato, deflagrada na manhã desta sexta-feira (04), agrava ainda mais a situação de Lula, Dilma e o governo do PT. Em meio à crise política e econômica e diante dos novos acontecimentos, deputados do PSDB cobraram a renúncia da presidente da República e defenderam que as investigações sigam até o fim para que os líderes da quadrilha que saqueou os cofres públicos brasileiros sejam, finalmente, desmascarados e punidos.
Leia o despacho de Sérgio Moro determinando a condução coercitiva de Lula
A Polícia Federal deu início, no começo da manhã, à operação no prédio do ex-presidente Lula, de seu filho Fábio Luíz Lula da Silva – o Lulinha – e na sede do Instituto Lula. O petista foi conduzido coercitivamente pelos agentes da PF a depor no aeroporto de Congonhas.
Em entrevista coletiva, um procurador, um delegado da Polícia Federal e um representante da Receita Federal explicaram a Operação Aletheia. Segundo informaram, Lula e seu instituto receberam “valores expressivos” de empreiteiras e o esquema envolvendo a Petrobras tem como pano de fundo compra de apoio político-partidário, favorecendo o governo. Além disso, o sítio em Atibaia era usado como propriedade e posse do ex-presidente. Já a empresa de palestras do petista e o Instituto Lula estão no centro das investigações, segundo delegado da PF.
INDÍCIOS CONTUNDENTES
O líder da Minoria, deputado Miguel Haddad (SP), destacou que a Polícia Federal só deflagrou a operação, focada no ex-presidente, devido à contundência dos indícios contra ele. “O quadro é grave. Para que houvesse um mandado de busca e apreensão e um encaminhamento de forma coercitiva é porque havia indícios consistentes, provas muito bem embasadas”, aponta Haddad.
Para Haddad, após a divulgação de trechos da delação premiada do ex-líder do governo no Senado Delcídio do Amaral (PT-MS), o governo Dilma já não tinha mais como subsistir. “Agora, com essas medidas de hoje, se torna urgente o afastamento dela. Se a presidente renunciasse seria o melhor caminho para a nação como um todo”, defendeu.
Em entrevista divulgada logo cedo pela Folha, o líder do PSDB, deputado Antonio Imbassahy (BA), fez declaração semelhante. “A PF não entraria na casa do Lula se não tivesse material mais que suficiente para fundamentar a execução dessa operação. É uma ação de elevada consequência. Pode ser definitivamente o começo do fim”, afirmou.
Do Congresso Nacional, de onde acompanha os novos fatos da operação Lava Jato, o deputado Bruno Araújo (PE) gravou uma mensagem em vídeo. Destaca o tucano que, com as investigações tendo chegado ao ex-presidente Lula, chegou o momento de o país mostrar ao mundo que a era PT acabou.
“Chegou o momento de fazer a transição do governo. Chegou o momento de no dia 13 de março todos nós mostrarmos ao Brasil e ao mundo que acabou. O Brasil precisa iniciar um novo momento, um novo governo e recuperar a esperança”, disse o parlamentar.
DILMA ATINGIDA DIRETAMENTE
O deputado Nilson Leitão (MT) afirma que a presidente Dilma é atingida diretamente com a operação focada no ex-presidente Lula. “Ela foi beneficiária total de toda essa corrupção, conhece e fez parte disso. Foi a maior beneficiada de se tornar presidente após o populismo e a popularidade de um presidente que chegou onde chegou mentindo para a sociedade”, apontou, ao defender também o afastamento da petista.
De acordo com o tucano, Lula e Dilma faziam parte do comando de uma organização que desvirtuou o governo brasileiro. Segundo ele, os petistas foram responsáveis por jogar fora o sentimento pelos valores aprendido pelos brasileiros em casa. “Rasgaram os valores da família brasileira, rasgaram a Constituição brasileira e todos os seus juramentos”, disse.
Para o deputado, a Lava Jato chegou ao seu ápice. “Chegaram ao ponto alto, que é em quem manda nisso tudo e era o maior beneficiado, no caso, quem comandava o partido que a oposição chamava de quadrilha e que agora fica de fato chancelado que era uma quadrilha entranhada no poder para roubar, se dar bem, se beneficiar”, apontou.
De acordo com o deputado, essa “quadrilha” roubava dos cofres públicos para ter propriedades, enriquecer e ter uma vida melhor do que a daqueles brasileiros que diziam representar, os mais pobres, dos quais eles na verdade não gostam. “Hoje a elite brasileira é o próprio PT. Só que uma elite que não se tornou elite trabalhando, mas sim, roubando”, disse.
NAS REDES SOCIAIS
Pelo Twitter, diversos parlamentares comentaram sobre os mandados de busca nos imóveis de Lula e a condução coercitiva do ex-presidente.
“Dia histórico para o nosso país, com a Operação Lava Jato passando o Brasil a limpo. Ninguém está acima da lei. Se o ex-presidente não presta esclarecimentos voluntariamente, a Justiça, legalmente, cumpre o seu papel”, postou o deputado Vanderlei Macris (SP). O deputado Caio Narcio (MG) destacou que o desespero toma conta dos militantes nas ruas, em referência a protestos de petistas contrários as investigações.
Samuel Moreira (SP) defendeu: “Que a verdade seja escancarada! Todo apoio às investigações!”. Já Alexandre Baldy (GO) alertou: “Hoje é apenas o primeiro dos dias mais difíceis que Lula vai enfrentar. Em 4/3/16 foi iniciado o começo do fim da corrupção e impunidade!”.
O vice-presidente jurídico do PSDB, deputado Carlos Sampaio (SP), afirmou que chegou a hora da verdade. Já o 1º vice-líder na Câmara, Daniel Coelho (PE), comentou: “o tríplex caiu”. No mesmo sentido Rogério Marinho (RN) afirmou que a “a casa caiu” e que esse é o fim do projeto de poder que excluiu o Brasil e os brasileiros”
Marcus Pestana (MG) destacou que a mistura sem precedentes entre espaços público, privado e partidário resultou no maior escândalo da história. “Não há retorno: apurar e punir. Ninguém está acima da Lei .Ampla defesa e presunção da inocência são princípios democráticos .Mas PT foi além dos limites no uso do poder”, comentou, ao defender as instituições democráticas.
(Reportagem: Djan Moreno, com PSDB-PE/ foto: divulgação – Agência Brasil)
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