A casa caiu
Delação de senador torna ainda mais insustentável permanência de Dilma no Planalto, avaliam tucanos
Deputados do PSDB afirmaram que a delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT) – ex-líder do governo Dilma no Senado – piora ainda mais a situação de Lula e Dilma. A revista “IstoÉ” revelou nesta quinta-feira (3) detalhes das revelações feitas pelo petista. Em cerca de 400 páginas, o petista faz graves denúncias contra o ex e a atual presidente.
Para o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), a delação desmente de forma definitiva a versão de Lula e Dilma de que não sabiam do esquema de corrupção na Petrobras e revela as estratégias de ambos para, de forma sórdida e suja, interferirem nas investigações da Lava Jato.
Já o líder da Oposição, deputado Miguel Haddad (SP), afirmou que o prazo de validade de Dilma na Presidência da República já venceu. “As revelações do senador Delcídio vão ao encontro do que toda a população sabia: Dilma está envolvida no esquema do petrolão”, destacou o líder. Ele ressaltou que as denúncias contra ela e Lula não foram feitas por qualquer auxiliar, mas pelo ex-líder do governo que tinha acesso livre ao gabinete da presidente.
Segundo Haddad, as denúncias contra Dilma demonstram que ela não tem a menor condição para continuar à frente do governo. “São mais motivos para o povo ir às ruas no próximo dia 13 pedir o seu impeachment”, finalizou.
O caso reforça o entendimento de que a presidente Dilma não tem mais condições de continuar à frente do país, na avaliação do deputado Betinho Gomes (PE). “Esse governo não tem mais a mínima condição de continuar à frente do país. A presidente Dilma não pode mais fazer ouvidor de mercador, não pode mais fazer de conta que não é com ela. É hora de reunir forças políticas para tirar o país dessa situação e só há dois caminhos: ou pelo impeachment da presidente Dilma ou pela sua renúncia”, avaliou o tucano.
O tucano cobrou dos partidos aliados e do Palácio do Planalto que se manifestem sobre o grave teor da delação premiada do senador Delcídio, já que se trata de alguém da intimidade do governo Dilma, de alguém que conhecia as entranhas do poder e tinha presença ativa na articulação política do governo da petista.
“É hora de uma cobrança firme. O povo brasileiro exige uma posição da presidente Dilma em relação à delação do ex-líder do seu governo. O país não pode mais ficar parado, precisa de um líder que nos traga esperança. Não podemos mais permitir que esse governo continue fazendo de conta que nada está acontecendo”.
De acordo com a revista, Delcídio descreveu a ação da presidente Dilma para manter os diretores envolvidos no esquema do Petrolão. A interferência da petista atingiu ainda o Judiciário: ela nomeou para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) um ministro que se comprometeu a votar pela soltura de empreiteiros denunciados pela Lava Jato.
A delação mostra com clareza que Lula tinha conhecimento do sistema de pagamento de propinas na Petrobras. Ele agiu pessoalmente, segundo Delcídio, para travar as investigações. Dilma não fica atrás. “É indiscutível e inegável a movimentação sistemática do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo e da própria presidente Dilma Rousseff no sentido de promover a soltura de réus presos na operação”, afirmou Delcídio na delação.
O furo de reportagem trazido pela IstoÉ revela mais uma página desastrosa da história, acredita o deputado Caio Narcio (MG). Ele criticou a falta de coerência de parlamentares da base governista. “O senador valeu durante tanto tempo para falar pelo governo, mas agora, quando faz uma delação, suas palavras não valem nada?”, indagou. A cada dia que passa, o envolvimento da presidente Dilma fica mais claro, destacou Narcio. “Vemos um país assaltado, indo para o buraco, e sem liderança”, lamentou.
Para o deputado Domingos Sávio (MG), a presidente Dilma protegeu corruptos e articulou interferência no Judiciário para proteger a quadrilha. “O brasil inteiro sabe que Lula é o chefe e que Dilma é responsável, mas faltava um testemunho claro. Veio o testemunho de um senador da república do PT, líder do governo”, completou.
Da tribuna, o deputado Bruno Araújo (PE) rechaçou as tentativas de governistas de desqualificar as declarações de Delcídio e até mesmo a reportagem de IstoÉ, assinada pela jornalista Debora Bergamasco. “Estão tentando desqualificar o depoimento dele, mas esquecem que ele era o lídier do governo até poucos dias. Assim como tentam desqualificar a jornalista responsável pela matéria. O que vemos é que o PT, em vez de esclarecer, ataca a imprensa livre, a mulher brasileira, uma jornalista, por questões impertinentes ao interesse público, procuram desqualificá-la de maneira desrespeitosa.”
Aliados do governo estariam ofendendo a jornalista e associando a reportagem ao término de um suposto envolvimento com o ex-ministro Cardozo. “O curioso é que não vimos aqui hoje nenhuma das parlamentares do PT ou PCdoB, que sempre defendem as mulheres, defendendo a honra dessa jornalista que apenas exerce sua profissão”.
O tucano destacou alertou para os protestos de 13 de março e disse que os brasileiros darão uma resposta à presidente Dilma. “Esse governo não tem mais condições. Já não tinha de competência ou moral e agora está completamente insustentável”.
CONVOCAÇÃO DE MINISTRO
O deputado Rocha (AC) adiantou a apresentação de requerimento pedindo a convocação do ex-ministro José Eduardo Cardozo para explicar o conteúdo da delação de Delcídio. “Hoje, para tristeza do povo brasileiro, a presidente deve explicações à polícia, porque o seu nome está implicado, e a implicação vem da delação de um companheiro seu de partido, o líder do governo no Senado”, completou.
O governo precisa dar uma resposta aos brasileiros, defendeu Fábio Sousa (GO). “A sociedade, mais uma vez, está atordoada com essas notícias, que se somam à crise econômica, à crise de autoridade, à crise política que o país vive”, disse.
(Da redação, com PSDB-PE e assessoria da Liderança da Minoria/ Foto: reprodução/ Áudio: Hélio Ricardo)
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