Empresa sem condições
Deputados rebatem críticas a projeto que retira participação obrigatória da Petrobras no pré-sal
Deputados do PSDB rebateram nesta quinta-feira (25) as críticas de petistas ao projeto que revoga a participação obrigatória da Petrobras na exploração do pré-sal. A proposta do senador José Serra (SP) foi aprovada ontem pelo Senado por 40 votos a 26 após acordo com integrantes do governo.
A aprovação representa uma derrota para o PT, que tentava manter a atual legislação. O governo, no entanto, viu que seria derrotado e resolveu ceder. Pelo texto do substitutivo aprovado, caberá ao Conselho Nacional de Política Energética oferecer à Petrobras a exploração mínima de 30% em cada campo e a empresa se manifestará se aceita ou não a responsabilidade. O projeto segue agora para a Câmara dos Deputados.
Na avaliação o deputado Rocha (AC), o Congresso dá um passo para recuperar o prejuízo que as gestões do PT provocaram na Petrobras. “O fato é que a Petrobras não tem hoje condição de investir para extrair petróleo do pré-sal. O PT transformou a Petrobras na empresa petroleira mais endividada do mundo”, afirmou.
A estatal teve prejuízo de R$ 3,759 bilhões no terceiro trimestre de 2015. É o terceiro maior já registrado na história da empresa, segundo levantamento da consultoria Economatica. A Polícia Federal calcula que o prejuízo causado pelas irregularidades descobertas na Operação Lava Jato pode chegar à casa dos R$ 42,8 bilhões.
A proposta aprovada no Senado não impede que a Petrobras esteja presente no pré-sal, explicou o deputado Domingos Sávio (MG). Ao contrário das mentiras repetidas pelo PT, a estatal terá prioridade para se beneficiar do negócio.
Ele ressalta que o projeto foi aprovado com apoio da bancada do governo. “A mentira que tentam passar faz mal para o Brasil, assim como o PT fez muito mal para a Petrobras. A Petrobras só não está quebrada, falida, literalmente, por ser uma empresa pública e por ter a sustentação do nosso país”, disse.
Para José Serra, o texto alivia a estatal de uma obrigação com a qual ela não pode arcar. O senador citou as dificuldades encontradas pela empresa e afirmou que o objetivo não é outro que não o fortalecer a Petrobras.
“Nós estamos aliviando a Petrobras ao retirar a obrigação. Ela não está proibida de operar determinada área, nem de entrar com 30%. Nós estamos retirando a obrigatoriedade. Isso alivia a empresa, permite acelerar, se for o caso, a exploração do pré-sal, porque o governo vai segurar, já que a Petrobras não tem condições”, argumentou.
(Da redação/ Fotos: Alexssandro Loyola)
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