Papel fundamental
Igreja Católica não pode se omitir diante da crise moral que atinge o país, diz líder do PSDB
O líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), afirmou nesta quinta-feira (25) que a Igreja Católica não pode se calar e nem se omitir diante da atual crise moral. “Os brasileiros esperam e confiam no farol da igreja em meio à desesperança que se abate no país”, declarou durante a sessão solene em homenagem à Campanha da Fraternidade 2016.
“A crise é devastadora e a réstia de luz diminui a cada momento. E não se trata apenas de uma crise econômica e política. Trata-se de uma crise ética. A Igreja Católica precisa voltar a exercer o seu papel profético sob o risco de se comprometer com o grande pecado da corrupção denunciado pelo Papa Francisco em seu livro ‘O nome de Deus é misericórdia’”, destacou o parlamentar do PSDB diante de lideranças da Igreja que vieram à Câmara.
Imbassahy lembrou que a CNBB, ao longo de décadas, ao promover a Campanha da Fraternidade, seguiu a sua “inspiração profética”. “Desde Dom Hélder Câmara o profetismo foi um grande dom na Igreja do Brasil contra a ditadura”, recordou.
O líder tucano disse que há alguns anos grandes marqueteiros se aproveitaram da esperança do povo e iludiram a todos anunciando que a “esperança vencia o medo”. Agora, diante da atual situação brasileira, o parlamentar acredita que a Igreja contribui no resgate da esperança quando anuncia os grandes valores cristãos. “O Brasil precisa voltar a ter esperança e com os pés firmes no chão da história, precisamos contemplar o amor para ter esperança.”
TEMA OPORTUNO
Para Imbassahy, é muito oportuno o tema escolhido pela CNBB para a Campanha da Fraternidade promovida pela CNBB. “Ao dar enfoque à questão do saneamento básico expõe um dos maiores problemas do nosso país. O Brasil figura muito mal na foto”, alertou o líder.
O Brasil aparece apenas em 112º lugar numa lista de 200 países. Nada menos que 52% da população brasileira sequer possui serviço de coleta de esgotos – são 35,5 milhões de moradias nestas condições – e apenas 39% do que é recolhido recebe tratamento adequado. “É uma vergonha mundial. Um retrato da incompetência, do desleixo e da negligência com prejuízos nefastos aos cidadãos brasileiros”, lamentou.
A falta de saneamento adequado traz impactos diretos na saúde da população. Como destacou o deputado, o Brasil enfrenta hoje uma explosão de casos de dengue, alta incidência de zika, atrelada ao aumento de casos de microcefalia, e também de febre chicungunya. “Todas essas doenças são causadas por um mesmo mosquito, o Aedes aegypti, que, mesmo depois de décadas, o Brasil ainda não conseguiu erradicar”, alertou Imbassahy.
(Da redação/foto: Alexssandro Loyola)
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