Operação Acarajé
Carlos Sampaio quer incluir provas contra marqueteiro do PT em ação contra Dilma no TSE
O PSDB protocola na tarde desta terça-feira (23) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedido de juntada de todos os documentos relacionados ao marqueteiro João Santana, sua esposa e ao engenheiro Zwi Skornicki ao processo de cassação da chapa de Dilma Rousseff e Michel Temer,
reeleita em 2014.
Em entrevista à rádio “Jovem Pan”, o coordenador jurídico do PSDB, deputado Carlos Sampaio (SP), afirmou que a petição é endereçada à ministra Maria Thereza, relatora do caso. Os novos fatos constatados pela 23ª fase da Operação Lava Jato – batizada de Operação Acarajé – reforçam, segundo ele, as provas de que o dinheiro de corrupção desviado da Petrobras abasteceu o caixa de campanha da presidente Dilma.
As novas provas, de acordo com o deputado, tornam ainda mais fortes as chances de o tribunal cassar a chapa Dilma-Temer. Sampaio destaca que a ação movida pelo partido já reunia a delação de ex-diretores da Petrobras e empreiteiros afirmando que fizeram depósitos em formato oficial, mas que era dinheiro de propina. “Agora somam-se a essas delações a prisão do marqueteiro e o ofício do Juiz Sergio Moro, afirmando que houve dinheiro de propina na campanha e detalhando isso”.
Sampaio afirma que o partido está alinhado e que já foram coletados documentos relevantes ao processo. Além das delações e das novas provas contra Santana, ele cita o ofício redigido pelo juiz Sérgio Moro, encaminhado ao TSE, comprovando de forma categórica a existência de dinheiro oriundo do petrolão para abastecer a campanha do PT.
O tucano citou a entrevista coletiva realizada na segunda-feira (22) com a Polícia Federal em que a procuradoria afirma que João Santana teria recebido, entre 2013 e 2014, o valor de US$ 500 mil por mês de origem ilícita.
“Não importa classe social. Ninguém mais consegue imaginar três anos de governo de Dilma. Ela não tem credibilidade, não tem popularidade, legitimidade ou base política, não tem como governar”, destacou
Além da ação no TSE, o deputado destaca que o pedido de impeachment não perdeu o fôlego, apesar de ter se enfraquecido após a decisão do Supremo que anulou as ações já realizadas, como a instalação da comissão na Câmara. “Houve uma amenização, mas estamos convencidos de que com a instalação da comissão vai haver adesão de parlamentares. Com a sociedade pressionando, essa adesão será ainda maior”, destaca.
O deputado Samuel Moreira (SP) lembrou, em seu Twitter, que João Santana foi importante personagem das campanhas e dos governos do PT. “Ele trabalhou em campanhas de Dilma e Lula e já foi conselheiro em questões importantes do governo petista. Quanta corrupção, quantos escândalos. Todo meu apoio às investigações”, disse.
Em vídeo publicado no Facebook, o deputado Domingos Sávio (MG) ironizou a afirmação do ex-presidente Lula de que seria “a alma mais honesta do país”. “Quem não deve não teme, mas o Lula teme”, afirmou, ao lembrar que o petista tem se esquivado de dar explicações à Justiça. “Fez muitas promessas, enganou os pobres e agora até seu marqueteiro vai para a cadeia. É uma quadrilha tão organizada que tem até departamento de marketing. Lula é o chefe, mas todos vão para a cadeia. Ele tem que ser processado e a justiça tem que ser feita”, alertou.
(Reportagem: Djan Moreno)
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