Gestão incompetente
Em grande expediente, Bruno Covas alerta para crise política e cenário de recessão na economia
A presidente Dilma Rousseff retomou os trabalhos em 2016 diante de indicadores econômicos e sociais cada vez mais negativos. Os desdobramentos das investigações da operação Lava Jato e a crise econômica marcam o início de mais um ano do desgoverno petista, avaliou o deputado Bruno Covas (SP) em grande expediente na Câmara nesta quinta-feira (4).
Logo depois do carnaval, o ex-presidente Lula terá que depor sobre o tríplex em condomínio no Guarujá (SP) financiado pela Bancoop. O depoimento está marcado para o dia 17, em São Paulo, e será a primeira vez que Lula e sua esposa, Marisa Letícia, vão depor como investigados.
“A Bancoop tratou bem o ex-presidente Lula, mas deixou milhares de famílias comuns de cooperados sem dinheiro e sem teto. Absurda situação, escândalo que conheci de perto como deputado estadual e relator da CPI da Bancoop na Assembleia Legislativa de São Paulo”, disse Covas. O tríplex está sendo considerado pelo juiz Sergio Moro como parte de um “empreendimento imobiliário utilizado para repasses disfarçados de propina a agentes envolvidos no esquema criminoso da Petrobras”.
Fora o apartamento, Lula terá que explicar os indícios que ligam a Odebrecht a obras no sítio de 170 mil metros quadrados em Atibaia (SP) frequentado pela família do ex-presidente. Em quatro anos, Lula e a família visitaram o local 111 vezes. Os efeitos das denúncias contra o ex-presidente já podem ser percebidos entre os eleitores. Pesquisa nacional realizada pelo Instituto Ipsos indica que dois terços dos entrevistados acreditam que Lula não tem mais moral para falar de ética.
LONGA RECESSÃO
As crises econômica e fiscal continuam a ser ignoradas pelo governo petista. Covas acredita que, sem um enfrentamento sério, a recessão permanecerá por vários anos. “No plano da economia deve ter sequência o processo recessivo, com o desemprego passando dos dois dígitos e a inflação mantendo-se nesse patamar, mesmo com a queda das atividades produtivas e a perda de renda da população”, alertou o parlamentar.
As mudanças esperadas passam por reformas estruturais. A reforma da Previdência foi citada por Dilma na mensagem presidencial lida esta semana no Congresso, mas não conta com apoio do próprio PT. “Apesar de eleita, reeleita e chefiar o país já por mais de 5 anos, até hoje Dilma não conseguiu elaborar uma proposta concreta, ficando mais uma vez no discurso vazio”, afirmou o tucano. Covas destacou a tentativa da presidente de ressuscitar a cobrança da CPMF para salvar os cofres públicos. A medida, na avaliação dele, não passará no Congresso.
O grande expediente de Bruno Covas recebeu apartes de vários tucanos. O deputado Caio Narcio (MG) parabenizou o colega pelo trabalho desenvolvido na Casa. “Se no ano passado você chegou como uma grande promessa, hoje é uma grande certeza. Onde estiver, estará fiscalizando o governo e dando uma contribuição enorme para ajudar a transformar o Brasil em um ano de dificuldades”, disse Caio.
O deputado Rocha (AC) concordou com Covas sobre as causas da crise econômica no país. “O Brasil vive uma crise gerada não só pelo cenário internacional, mas pela incompetência e corrupção do governo do PT. Eles optaram pela solução mais fácil, que é meter a mão no bolso do contribuinte”, lamentou.
Alexandre Baldy (GO) elogiou a trajetória de Covas na política e sua atuação na Câmara. Já o deputado Marcus Pestana (MG) afirmou que a semente plantada por Mário Covas dá frutos com a presença de Bruno no Congresso. “Você é um dos maiores talentos da nova geração de políticos”, completou.
(Reportagem: Elisa Tecles/ Foto: Alexssandro Loyola)
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