Blá-blá-blá presidencial


Sob protestos, presidente Dilma defende volta da CPMF em discurso no Congresso

Parlamentares tucanos reagiram à defesa da CPMF feita pela presidente Dilma Rousseff na sessão de abertura dos trabalhos legislativos no Congresso Nacional. Em entrevistas e pelas redes sociais, os tucanos criticaram colocações da mensagem presidencial, lida na tarde desta terça-feira (2), e apontaram as incoerências da chefe do Executivo.

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Presidente Dilma discursou no plenário da Câmara diante diante de placas com os dizeres "Xô CPMF".

Presidente Dilma discursou no plenário da Câmara diante diante de placas com os dizeres “Xô CPMF”.

O líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy (BA), ressalta que a bancada não apoiará a volta do imposto. Segundo ele, Dilma repete o mesmo discurso ano após ano, mas não coloca nada em prática. “É um blá-blá-blá interminável, uma cantilena. Ela veio apenas pedir que o Congresso aprove mais tributos para que o governo pegue esse dinheiro do contribuinte para ‘torrar’, como fez em 2015, e fez em 2014 com a campanha eleitoral.  Jamais vamos apoiar essa proposta. Não aceitamos mais impostos e esse governo não merece confiança”, rechaçou o tucano.

Dilma chegou a ser vaiada no plenário da Câmara ao defender a volta do chamado “imposto do cheque”. Parlamentares da oposição exibiram placas com a mensagem “Xô CPMF” enquanto a presidente proferia seu discurso. Na avaliação do presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), a presença de Dilma no Congresso foi “patética”. Segundo ele, a petista estava apenas em busca de espaço na imprensa e de apoio para a aprovação do tributo.

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A retomada da cobrança foi colocada por Dilma como uma das prioridades do governo neste ano. Segundo ela, os recursos oriundos desse tributo, que depende da aprovação do Congresso, serão destinados à seguridade social. Os deputados alertam que é possível enfrentar a crise sem tributar ainda mais os brasileiros.

Imbassahy também criticou a ausência de menção à Operação Lava Jato e alertou para a defesa feita pela presidente a uma reforma previdenciária. “Ela falou só de tributos e agora, com 13 anos de PT no governo, resolveu falar de reforma da Previdência. Isso é uma brincadeira, será que nunca perceberam que estávamos caminhando para um desequilíbrio? Vamos ajudar o país em tudo, como sempre fizemos, mas não da forma como ela quer”, disse, ao reforçar a postura do PSDB contra a CPMF.

Vice-presidente nacional do PSDB, o deputado Carlos Sampaio (SP) também reprovou a fala da petista. “Mais uma vez a Dilma repete a ladainha de que é preciso aumentar impostos para tirar o país da crise que ela e o PT criaram. Hoje ela voltou a defender a recriação da CPMF como a ‘grande’ solução para o desenvolvimento do Brasil. E, obviamente, foi vaiada pela grande maioria dos deputados e senadores que são contra mais essa proposta indecente do governo”, disse Sampaio.

Ele afirmou que votará contra a proposta de recriação da CPMF. ” A Dilma não tem credibilidade para propor aumento de tributos e, tampouco, tem legitimidade para exigir qualquer sacrifício dos brasileiros. Por essas razões e por estarmos convencidos de que essa medida provocaria ainda mais recessão e desemprego, eu e o PSDB somos contrários à volta da CPMF ou ao aumento da carga tributária”, disse.

NÃO AO AUMENTO DA CARGA TRIBUTÁRIA

Betinho Gomes (PE) e Daniel Coelho (PE) engrossaram o coro dos que rejeitam a volta do imposto e manifestaram suas posições contrárias à fala de Dilma. “Dilma centra seu pronunciamento na aprovação da CPMF para buscar o equilíbrio das contas do governo. Diz que é a melhor alternativa. Discordo. O governo tem direito a receber mais de R$ 40 bilhões em impostos devidos por empresas, que podem ser cobrados rapidamente. Cobrar impostos devidos garante justiça fiscal e não contribuirá para aumentar nossa carga tributária, que é escorchante”, reagiu Betinho.

“Ao defender a CPMF, a presidente ouviu um sonoro ‘não’ dos parlamentares presentes. Precisamos diminuir o custo do governo, nunca aumentar impostos. Medidas de redução de ministérios, cargos comissionados e de custos do Executivo e Legislativo terão nosso apoio. Mas qualquer tentativa de aumentar impostos contatará com nossa oposição. O povo brasileiro não aguenta mais pagar a conta de um governo pesado, ineficiente e corrupto”, reforçou Daniel.

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O deputado Bruno Araújo (PE) destacou a repetição de promessas que nunca foram cumpridas. “Há um ano a presidente Dilma prometeu o controle da inflação, não aconteceu. Prometeu preservar os empregos, mas foi mais de um milhão de brasileiros desempregados. Prometeu o ajuste fiscal, o que também não aconteceu, foram cerca de R$ 115 bilhões de déficit fiscal. Agora faz mais promessas que provavelmente não serão cumpridas”, comentou. Segundo ele, a presidente se mostrou acuada.

“Que Deus proteja o Brasil, sobretudo nesse momento em que o governo perdeu o controle da epidemia da zika, sem nenhuma ação efetiva que proteja a população brasileira”, acrescentou Araújo. O combate ao mosquito aedes aegypti também teve destaque na fala de Dilma. Só agora, depois de a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertar para o surto de microcefalia, ela disse que está preparando o Brasil para a guerra contra o mosquito.

Paulo Abi-Ackel (MG) também considerou o discurso de Dilma frustrante. “Sabemos das limitações da presidente, mas todas as vezes em que o chefe do Executivo vem ao Congresso criamos a expectativa de que vamos ouvir algo novo. Mas a vinda dela não causou nenhum efeito positivo. Pelo contrário, passou ainda mais a ideia de que lhe falta capacidade para dirigir o país, pois não há credibilidade no que ela diz. Os brasileiros continuam desolados”, afirmou.

O deputado Nilson Leitão (MT) participou ao vivo do programa Brasil em Debate, da TV Câmara, logo após a sessão solene.  Em sua participação, o tucano alertou para a discrepância entre o discurso oficial da presidente e suas práticas. “Ela precisa ter mais humildade e honestidade em sua fala”, alertou. O tucano afirmou ainda que Dilma é responsável pelo mau momento pelo qual o país tem passado.

Para o secretário-geral do PSDB, deputado Silvio Torres (SP), o discurso foi uma perda de tempo. “Ela repetiu a mesma ladainha de 2015, na qual já conhecemos a história desde o primeiro mandato. Falou na reforma da previdência que há 14 anos, o PT promete e nada fez. Não admitiu nenhuma responsabilidade sobre essa crise que se abate sobre o país, sobre o desemprego, inflação, a corrupção da Petrobrás e outros órgãos do governo. Nada sobre a falta de perspectiva, de credibilidade do país”, disse.

O deputado Rossoni (PR) disse que a petista apresentou um pacote de maldades que vai esfolar ainda mais o povo. “Fala em aumentar a arrecadação com elevação  de impostos. Nenhuma medida prática sobre ajuste, controle e cortes de gastos. Pior é o esforço que farão para aprovar a CPMF”, lamentou o deputado.

(Da redação, com assessorias dos deputados/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

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2 fevereiro, 2016 Últimas notícias 2 Commentários »

2 respostas para “Blá-blá-blá presidencial”

  1. ANTONIO ALVES DE SOUZA FILHO disse:

    O partido deve lutar para que o povo não seja penalizado pela incompetência do PT no governo, portanto, NÃO À CPMF.

  2. Nana Campelo disse:

    Prezados Tucanos:

    O povo brasileiro conta com a luta da oposição para não permitir o retorno da CPMF.
    Chega de sacrifícios da sociedade para sustentar os desmandos desse governo.
    Confiamos em vocês.
    Nana Campelo

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