Artigo
“Até quando?”, por Luiz Carlos Hauly
Até quando – e até que ponto – o Brasil resistirá à obra desastrosa de Dilma Rousseff?
O Supremo Tribunal Federal adiou, ainda mais, a definição sobre a interrupção do mandato da presidente ao negar legitimidade à comissão especial da Câmara dos Deputados encarregada de julgar procedente ou não o pedido. E praticamente comprometeu a possibilidade de o processo ser julgado ao conceder ao Senado a prerrogativa de arquivá-lo por maioria simples quando e se a Câmara o remeter à sua análise.
O Brasil deu mais um passo em direção ao fundo do poço, por obra e graça de Dilma, ao ser rebaixado ao grau especulativo por mais uma agência de classificação de risco, a Fitch. Foi a segunda agência que nos rebaixou a este nível. A primeira foi a Standard & Poor’s (S&P) A Moody’s também rebaixou o Brasil, mas manteve, no último nível e em sinal de advertência, seu grau de investimento. O rebaixamento da S&P ocorreu em setembro, após o envio ao Congresso, pela presidente, da previsão de um déficit bilionário no Orçamento do ano que vem.
A assinatura da presidente também no segundo rebaixamento é indelével, pois foi provocado por sua decisão intempestiva de enviar ao Congresso nova revisão da meta fiscal para o ano que vem, diminuindo-a de 0,7% de superávit primário, como pretendia o ministro da Fazenda Joaquim Levy, para “entre zero a 0,5%”. E o pior dos mundos é o déficit nominal de 2015 que chegou a 547 bilhões de Reais, 9,5 % do PIB, superando em mais de 200 bilhões o de 2014.
Dilma sepultou, assim, a esperança de que seria mais rígida com as contas do país. A sangria dessas contas, que caracteriza seu governo desastroso, pois é a essência da aloprada “nova matriz econômica” de sua concepção, continuará, portanto. E a perspectiva de retração do PIB em 2016 ganha força, e o que temíamos está se consolidando: o desastre será ainda maior que o deste ano.
Dilma Rousseff fez da irresponsabilidade e da mentira seu método de governo. A revelação, pelo jornal Valor, de que técnicos do Tesouro Nacional a advertiram, em julho de 2013, sobre as consequências nefastas de sua política econômica comprovam a primeira afirmação. Esses técnicos alertaram para o agravamento das contas públicas e o consequente rebaixamento do grau de investimento do Brasil. Foram repreendidos pelo então secretário Arno Augustin, petista convicto e fiel servidor de Dilma. Deu no que deu…
E a mentira foi sacramentada por Dilma na campanha que a reelegeu, pois ela maquiou, no palanque e nas prestações de contas, a rápida deterioração das finanças da União. E ainda atribuiu aos adversários um comportamento alarmista que visava, segundo ela, a desmontar sua obra prima para impor, caso vencessem, um governo que adotaria um ajuste fiscal rígido para beneficiar os ricos e prejudicar os pobres! Deu no que deu…
A cada ação de Dilma damos mais um passo em direção ao fundo do poço, permanecendo, no entanto, longe de atingi-lo, pois, cada ação de autoria presidencial o aprofunda ainda mais.
A indefinição sobre o impeachment não apenas mantém o país paralisado: agrava seu estado, como atesta seu novo rebaixamento. Essa constatação foi feita pelo próprio Palácio do Planalto, segundo o jornal O Estado de S. Paulo. Mais uma prova, portanto, da irresponsabilidade como método de governo, pois Dilma reconhece, por meio de interpostos, que sua permanência é a causa da sangria do país.
Até quando – e até que ponto – suportaremos o desastre em constante evolução?
(*) Luiz Carlos Hauly é deputado federal (PSDB-PR). (foto: Alexssandro Loyola)
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