Zika vírus
Tucanos participam de debate sobre microcefalia e cobram mais ações de prevenção
A Câmara dos Deputados realizou nesta quarta-feira (16) Comissão Geral para debater um assunto que tem preocupado o país, a microcefalia. Deputados do PSDB participaram do debate e destacaram a importância de ampliar as campanhas de conscientização e prevenção ao mosquito aedes aegypti, transmissor do zika vírus.
O zika vírus foi identificado no Brasil em abril deste ano e o Ministério da Saúde já detectou sua relação com a microcefalia. Ainda não se sabe de que forma o vírus atua no organismo, fazendo com que crianças nasçam com microcefalia.
O deputado Raimundo Gomes de Matos (CE) disse que a situação da saúde pública é extremamente preocupante e não chegou a esse ponto por acaso. “Não foi por falta de aviso, não foi por falta de debate”, disse. Segundo ele, a questão das endemias vinha sendo debatida há tempos, mas os municípios enfrentam grande dificuldade financeira e não recebem o apoio necessário do governo federal.
O tucano disse que seu pedido para que o Ministério da Saúde revogasse a Portaria nº 1.025/2015 foi acatado pelo ministro, Marcelo Castro. A portaria, segundo ele, foi um verdadeiro descompasso, pois diminuiu os agentes de combate às endemias no Brasil. Gomes de Matos lamentou, porém, o fato de ser preciso o país passar por um estado de calamidade para que o governo federal tome as providências necessárias.
“É preciso que a população adoeça e que vire área endêmica — como é agora — para poder o ministério tomar as providências”, afirmou, ao criticar o antigo ministro Artur Chioro, responsável pela portaria que reduziu o número de agentes de endemias.
Na avaliação do parlamentar, é necessário dar condições aos secretários municipais, aos prefeitos e aos agentes de endemia para desenvolver as atividades. Eles precisam receber pesticidas e todo o material necessário para combater o aedes aegypti que, além do zika vírus, transmite a dengue e a chikungunya. O tucano apresentou ainda pedido ao Ministério da Saúde para que revogue a publicidade do Programa Mais Médicos e invista em campanhas publicitárias preventivas ao zika vírus e à microcefalia.
Para o deputado João Castelo (MA), é preciso estabelecer táticas modernas e eficientes de trabalho para combater as doenças. De acordo com ele, a ação tem que ser permanente e o combate ao vírus depende de um esforço global no sentido de impedir que isso continue, pois o aumento da epidemia é prejudicial a todos.
“Como parlamentar quero poder ajudar a combater a epidemia. Todos estão se envolvendo, se empenhando, e é isso mesmo que precisa ser feito. É responsabilidade de cada um de nós, por isso tem que ser uma mobilização constante”, alerta.
O tucano ressalta que os meios de comunicação têm o importante papel de divulgar as causas, as consequências e formas de prevenção.
Para Marcus Pestana (MG), além da crise econômica que o Brasil enfrenta, há um enorme desafio pela frente: o combate ao zika vírus. O tucano acredita que as pessoas não têm noção da dimensão do problema. “É preciso transmitir para todos os agentes públicos, gestores, profissionais da área de saúde e igrejas a gravidade do assunto”, disse.
Já a deputada Mara Gabrilli (SP) afirmou que o Brasil não tem estrutura para cuidar dessa quantidade tão grande de pessoas com microcefalia. A tucana afirma que o dano não é só físico. Essas crianças precisarão de assistência por toda a vida, assim como suas famílias.
Ela propõe uma pensão vitalícia e disse ainda que é importante aproveitar o momento para rever as políticas relacionadas aos serviços de reabilitação, de cuidados e de órteses e próteses no Brasil. “Precisamos dar uma virada. É um caso muito sério essa profusão de deficiência que está acontecendo no nosso país”.
O ministro Marcelo Castro reconheceu que a microcefalia é um dos mais graves problemas de saúde pública da história do país, mas garantiu que não faltarão recursos para combater a doença.
(Reportagem: Elayne Ferraz/ Foto: Antonio Augusto / Câmara dos Deputados)
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