Ritmo lento
Hauly considera preocupante crescimento de apenas 0,5% da economia
O freio na economia brasileira no terceiro trimestre deste ano é preocupante. Essa é a avaliação do deputado Luiz Carlos Hauly (PR) nesta sexta-feira (10) em relação aos dados divulgados pelo IBGE. O Produto Interno Bruto (PIB), que é o conjunto de bens e serviços produzidos pelo país, avançou apenas 0,5% em relação aos três meses anteriores, depois de ter crescido 1,8% no trimestre anterior.
Para o tucano, o crescimento econômico foi menor do que o esperado. “As expectativas eram maiores e isso acaba criando uma preocupação para o crescimento da economia no ano que vem. O governo tem colhido déficit na balança de pagamentos, devido ao excesso de gastos de custeio e a falta de investimentos”, avaliou o parlamentar, que é economista e futuro secretário da Fazenda do Paraná.
De acordo com o IBGE, a recessão de 2009, após a crise econômica mundial de 2008, foi maior do que se pensava. O PIB brasileiro encolheu 0,6% e não apenas 0,2%. O recuo no ano passado é o pior resultado desde 1990, quando o percentual foi de 4,3%, ainda no governo Fernando Collor.
Considerada uma “marolinha” pelo presidente Lula, a crise representou uma perda de R$ 19,1 bilhões para o país. Na avaliação de Hauly, a “marolinha” quase se transformou em um tsunami.
Nos oito anos de governo Lula, o país cresceu, em média, 4% ao ano. O resultado é inferior ao de China (10,95%), Índia (8,2%), Rússia (4,8%) e da América Latina (4,64%), de acordo com o FMI. “Entre os maiores países do mundo, o Brasil continua com o menor crescimento. É preciso uma energia mais positiva na economia brasileira”, defendeu o deputado.
Para reverter esse quadro no próximo ano a presidente eleita, Dilma Rousseff, deverá ajustar as contas internas e a balança de pagamento, segundo o tucano. O parlamentar destacou ainda que a gestão petista deve adotar medidas em relação a desvalorização do dólar, que está escancarando as portas do país aos produtos estrangeiros e gerando um processo de desindustrialização no Brasil. “Isso está afetando a economia brasileira internamente de uma forma brutal”, ressaltou.
Construção civil puxou queda da indústria
→ Segundo o economista Samuel Pessôa, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), a indústria, que já estava com os estoques elevados, sofreu no terceiro trimestre a concorrência dos importados. A construção civil foi o setor com o maior declínio entre julho e setembro, em relação ao início do ano. A queda foi de 2,3%.
(Reportagem: Alessandra Galvão/Foto: Eduardo Lacerda/Áudio: Elyvio Blower)
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