Só no papel
Gasto federal para prevenir desastres é quase oito vezes menor do que o previsto no Orçamento
O gasto federal para prevenir desastres atingiu menos da metade do valor previsto pela Lei Orçamentária de 2015. O Departamento Nacional de Produção Mineral, vinculado ao Ministério de Minas e Energia, pagou pouco mais de 13% do que deveria ser destinado ao programa de fiscalização das atividades minerárias até outubro. A fiscalização engloba avaliação das condições de segurança de minas, garimpos e barragens de rejeitos, como as manobradas pela mineradora Samarco que romperam há uma semana em Minas Gerais, provocando uma enxurrada de lama em várias cidades.
O deputado Eduardo Barbosa (MG) alertou para a fragilidade das ações de prevenção. “A nossa política de controle é muito deficitária e ineficiente. E quando há cortes orçamentários, acaba reafirmando incompetência nos processos fiscalizadores. Lamentamos que geralmente são pessoas mais frágeis dentro de uma cadeia da sociedade que pagam por uma situação de desgoverno”, reprovou.
DEMORA INJUSTIFICÁVEL
Apesar das grandes proporções do acidente, a presidente Dilma Rousseff sobrevoou as áreas atingidas pela lama apenas uma semana após o rompimento das barragens. Deputados do PSDB mineiro criticaram duramente a grande demora. “O que incomoda é a presidente dizer que é mineira e só agora, passados sete dias do acontecido, resolveu ir a Mariana. Percebemos com isso que a presidente não lidera e não cuida do seu povo”, reprovou.
Na terça-feira, o deputado Paulo Abi Ackel (MG) foi à tribuna para condenar a ausência da presidente da República. Em seu perfil no Facebook, o parlamentar lembrou que, apesar da tragédia, a população de Mariana não viu a presidente, que, com sua comitiva, apenas sobrevoou o município e a área afetada pelo ‘tsunami de lama’.
(Reportagem: Jéssica Vasconcelos/ Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)
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