Calamidade em Minas Gerais
Em Mariana, tucanos prestam solidariedade e cobram apoio efetivo às vítimas da tragédia
Os deputados Paulo Abi-Ackel (MG) e Rodrigo de Castro (MG) estiveram no domingo em Mariana, no interior de Minas Gerais, visitando o local da tragédia que se abateu na cidade desde quinta-feira após o rompimento de barragens de uma mineradora. Ao lado do presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), os tucanos prestaram solidariedade às vítimas e cobraram da empresa Samarco e dos governos estadual e federal apoio necessário para a reconstrução da vida das famílias que perderam tudo.
VISÃO DESESPERADORA
Abi-Ackel disse nesta segunda-feira (9) ser desesperadora a visão que se tem diante do “mar de lama” em Bento Rodrigues e mais seis distritos atingidos. Um vídeo feito pelo próprio deputado demonstra o quanto foi devastadora a ação dos dejetos, que se transformaram num verdadeiro tsunami e arrastaram o que estava pela frente. Quatro dias após o desastre, o estado do Espírito Santo se prepara para ser invadido pela lama que viaja quilômetros a fio e provoca muito transtorno por onde passa.
Os deputados destacaram a comoção e união dos cidadãos de Mariana e região na prestação de apoio e solidariedade às famílias desabrigadas. “Não param de chegar mantimentos, roupas e todo tipo de ajuda”, relatou Rodrigo de Castro. “O prefeito tomou de imediato as providências necessárias. As famílias estão recebendo o apoio psicológico e o acolhimento necessário”, completou Abi-Ackel. “É preciso agora dar-lhes condições novas de moradia com direito à propriedade, como tinham naquele lugar, que não terá mais recuperação ambiental. É preciso indenizar essas famílias, pois terão que recomeçar do zero”, completou.
Mais de 20 pessoas continuam desaparecidas, duas mortes já foram confirmadas e 158 famílias, num total de 607 pessoas, estão em hotéis e pousadas da região, segundo a mineradora Samarco. “O desalento é grande, pois as famílias perderam tudo. Foi muito chocante e a cidade está realmente paralisada por conta do ocorrido”, lamentou Rodrigo de Castro.
FISCALIZAÇÃO NO PÓS-DESASTRE
Presidente da Comissão de Minas e Energia da Câmara, o tucano disse que a bancada de deputados mineiros vai continuar cobrando providências da mineradora e dos governo estadual e federal para que prestem o auxílio efetivo às vítimas. “Esse não é um embate político. Cada um precisa fazer sua parte e nós vamos fiscalizar. As pessoas estão em situação de total desamparo. É preciso que medidas sejam adotadas e nós estaremos fiscalizando. Todos se comprometeram, mas agora é preciso que isso parta para ações práticas”, alertou.
Abi-Ackel ressalta que é preciso aguardar com atenção os resultados dos estudos técnicos para apontar as responsabilidades do desastre. “Estaremos muito atentos para que todas as responsabilidades sejam determinadas e para que os valores de indenização ao município e, principalmente às famílias, sejam ressarcidos para que todos que tinham propriedades nas áreas afetadas possam se recuperar”.
O deputado disse que os parlamentares estão se mobilizando, juntamente com técnicos da Comissão de Minas e Energia, para avaliar as providências que poderão ser tomadas no Congresso Nacional. Ainda nesta semana os parlamentares pretendem se reunir para discutir a forma de colaboração do Parlamento. Durante a visita à cidade, o senador Aécio disse que é preciso fazer o que for possível para amenizar o sofrimento das pessoas.
Abi-Ackel chamou atenção para a situação econômica do município de Mariana, que depende em grande parte das atividades da mineradora. “A economia local foi profundamente afetada com isso, já que a empresa que teve a barragem rompida é uma das maiores empregadoras do município e a principal fonte de renda da cidade. É preciso ver como a cidade vai sobreviver sem o funcionamento dessa atividade. Depois temos que exigir que o governo do estado e, principalmente o governo federal, que tem seu fundo constitucional para recuperação em caso de catástrofes, faça o aporte necessário de recursos”, alertou.
CADÊ DILMA?
O momento, de acordo com os deputados, é de unir forças e buscar apoio para as famílias. Segundo Abi-Ackel, é de se estranhar que a presidente da República não tenha sequer feito uma visita ao município até o momento. “Essa é a única crítica que pode ser feita no momento. Faltou à presidente Dilma a sensibilidade humana de visitar a área afetada. Em se tratando de uma das maiores catástrofes ambientais do mundo, a maior de Minas e talvez até do Brasil, era de se esperar que a presidente lá estivesse com seus ministros, mas isso não aconteceu”, lamentou o deputado.
(Reportagem: Djan Moreno/ fotos: divulgação e Emmanuel Pinheiro/ Áudio: Hélio Ricardo)
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